Vagas temporárias aumentam 35% na pandemia

Vagas temporárias aumentam 35% na pandemia

A pandemia fez disparar o número de vagas temporárias no ano passado. As empresas optaram por esse tipo de contratação como forma de se proteger em um cenário de insegurança econômica e dificuldade de planejamento, mesmo a curto prazo, com a disseminação do coronavírus e as medidas de isolamento social.

Foram pouco mais de 2 milhões de contratações temporárias no ano passado, um aumento de 34,8% em relação a 2019, quando foram geradas quase 1,5 milhão de vagas, de acordo com dados da Asserttem (Associação Brasileira do Trabalho Temporário).

Trabalho temporário

Vale lembrar que o trabalhador temporário tem praticamente os mesmos direitos do efetivo, mas não tem aviso prévio, nem recebe a multa de 40% sobre o valor do FGTS, se for demitido sem justa causa.

O contrato pode durar por até seis meses, prorrogáveis por mais três meses. Ele é contratado por meio de uma agência para atender necessidades pontuais, para substituir um trabalhador fixo ou quando há aumento da demanda, por exemplo.

Pandemia

O crescimento do número de vagas temporárias não foi puxado apenas por empresas que optaram por esse tipo de vínculo em vez do tradicional. Alguns setores tiveram crescimento da demanda por causa da pandemia, precisando reforçar o quadro por alguns meses.

O mais evidente deles é o de saúde, já que a procura por remédios e outros produtos relacionados disparou na pandemia. Segundo Evelyse Gonçalves, gerente nacional de staffing (pessoal) da consultoria de recursos humanos Adecco, o setor foi o que mais demandou temporários.

A farmacêutica Blau, por exemplo, que tem cerca de 1.390 funcionários, contratou 79 temporários no ano passado, tendo efetivado 29 deles.

“O aumento na quantidade de contratações temporárias deu-se pelo crescimento significativo da produção por conta da pandemia e também por afastamentos decorrentes da situação”, afirma a empresa.

Outros setores que abriram vagas foram e-commerce, entregas, alimentos, produtos de higiene e tecnologia, com o crescimento do home office.

Contratação

O prazo médio de contratação temporária na indústria, em anos normais, é de três meses, com o maior volume entre agosto e outubro, parando entre novembro e dezembro, meses em que a maior contratação de temporários ocorre no comércio, para atender a demanda de final de ano. Em 2020, isso mudou.

“A indústria passou lotada, inclusive nas festas. Não houve redução de contratação de temporários na indústria. A indústria, sem ter certeza se aquela demanda iria continuar, prorrogou os contratos. Vamos terminar no final de janeiro, quando a indústria terá que efetivar esse pessoal, ou demiti-los”, afirma Marcos de Abreu.

Ele afirma, porém, que 2021 deve, novamente, ser um ano com grande número de contratações temporárias.

Fonte: https://www.contabeis.com.br

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