Após o período de distanciamento social desencadeado pela pandemia, o modelo de trabalho 100% presencial tem ganhado espaço.
Segundo a 27ª edição do Índice de Confiança, pesquisa conduzida pela consultoria de recursos humanos Robert Half no primeiro trimestre de 2024, 35% das empresas no Brasil agora requerem a presença diária de seus funcionários nos escritórios.
No entanto, apesar dessa movimentação por parte das empresas, as preferências dos funcionários apontam para outra direção: apenas 6% da força de trabalho expressa desejo pelo regime presencial.
O modelo híbrido, que combina dias presenciais definidos pelos gestores, é o mais adotado pelas organizações, com 43% de participação. Dentro desse esquema, a alternativa preferida pelos colaboradores é a flexibilidade para escolher as datas do trabalho presencial, abraçada por 47% da força de trabalho.
A pesquisa, conduzida com 1.161 profissionais, revela uma diversidade de cargos e portes de empresas, com participação igual entre recrutadores, empregados e desempregados, todos com idade superior a 25 anos e formação superior completa. Cerca de 47% dos funcionários estão em cargos de liderança.
“Fica evidente que não há um modelo de trabalho único que agrade a todos”, analisa o diretor-geral da Robert Half América do Sul, Fernando Mantovani. “Cada formato tem seus desafios, e a liderança deve estar preparada para enfrentá-los de acordo com a escolha da empresa, seja ela híbrida, presencial ou remota.”
Mantovani enfatiza a importância da flexibilidade, adaptabilidade e uma abordagem centrada nas necessidades dos funcionários para promover um ambiente de trabalho produtivo, independentemente do modelo adotado.
Preferências do modelo de trabalho
A modalidade híbrida, com dias determinados pelos funcionários, é a mais desejada, apontada por 47% dos pesquisados, seguida pelo híbrido com dias presenciais fixos (31%), home office integral (17%) e trabalho totalmente presencial (6%).
Surpreendentemente, a imposição do retorno exclusivamente presencial levaria 65% dos profissionais a buscarem novas oportunidades no mercado.
Mantovani ressalta o poder significativo que a escolha do modelo de trabalho exerce sobre as estratégias de atração e retenção de talentos. “A flexibilidade não só atrai e retém talentos, como também impulsiona os resultados dos negócios”, avalia.
Perspectivas futuras
Diante desses resultados, encontrar um equilíbrio entre as demandas individuais e organizacionais torna-se crucial. “Estratégias flexíveis impulsionam não apenas a atração e retenção de talentos, mas também os resultados dos negócios”, destaca Mantovani.
Para o futuro, ele sugere que o equilíbrio dinâmico promovido pelo modelo híbrido pode ser a resposta ideal. “Esse modelo aproveita os benefícios da interação física enquanto abraça as oportunidades oferecidas pelo trabalho remoto”, conclui o especialista.