Um estudo inédito de pesquisadores do FGV Ibre mostrou que a fatia de mulheres com ocupações compatíveis com o teletrabalho e que têm infraestrutura para desempenhá-lo chega a 22,3% no Brasil. Entre os homens, ela cai para 14,2%.
Uma pesquisa recente do Credit Suisse também destacou que o perfil do emprego feminino, mais focado em serviços, favorecerá uma maior inserção das mulheres no mercado de trabalho futuramente.
O problema é que, se por um lado, o potencial de trabalho remoto do Brasil pode contribuir, eventualmente, para uma queda da desigualdade entre homens e mulheres, por outro, deve acentuar outras desigualdades.
Esse risco é evidenciado pelos recortes que os economistas da FGV fizeram por região, raça e até pela divisão do mercado entre os setores público e privado. “Há o risco de um aumento geral da desigualdade no país”, diz o economista Fernando de Holanda Barbosa Filho, um dos autores do estudo.
Os dados mostram que, enquanto o trabalho remoto pode ser realizado por 40% dos funcionários públicos, entre os empregados do setor privado fica em apenas 15%.
O potencial de teletrabalho entre trabalhadores brancos e amarelos é o dobro do registrado entre profissionais pretos e pardos: 24,5% contra 12,2%, respectivamente.
Fonte: com informações da Folha de S.Paulo