O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, defendeu, nesta terça-feira (10), o modelo de quatro dias de trabalho por semana e disse que a economia brasileira suportaria a adoção do regime. A jornada mais enxuta vem sendo testada em vários países do mundo, incluindo o Brasil.
A maior parte dos testes têm sido conduzidos pela 4 Day Week Global, organização que defende a semana mais curta e presta consultoria a empresas que queiram aderir ao sistema. Veja a seguir os países que já estão testando o regime.
Semana de 4 dias de trabalho no Brasil
No Brasil, mais de 15 empresas começaram a testar a semana de quatro dias em setembro. A iniciativa é fruto de uma parceria entre a ONG 4 Day Week e a brasileira Reconnect Happiness at Work, que entre junho e julho forneceu informações sobre o programa para os interessados.
Não há pré-requisitos, como número mínimo de funcionários, para participar. No mês passado, teve início um treinamento para a implementação do novo modelo. O teste para valer começa apenas em dezembro ou janeiro, a depender da empresa.
O modelo a ser implementado nas participantes será do tipo 100-80-100: 100% do salário, trabalhando 80% do tempo e mantendo 100% da produtividade.
No Brasil, mais de 72% dos profissionais que trabalham em escritórios consideram que seriam mais produtivos se tivessem uma semana de quatro dias úteis em vez de cinco. É o que aponta a pesquisa “Para além da revolução do híbrido: o paradoxo do trabalho flexível na América Latina”, feita com profissionais de várias faixas etárias e níveis hierárquicos na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e México.
Testes de jornada reduzida pelo mundo
Portugal iniciou em junho um projeto para testar a semana de trabalho de quatro dias. Cerca de 40 empresas participam do experimento, com seus mil funcionários podendo desfrutar três em vez de duas folgas por semana.
Uma parte das companhias já havia antecipado o processo numa primeira fase, mas 55 não quiseram avançar à segunda fase temendo perda de produtividade em um cenário econômico delicado.
A maioria das empresas é ligada à informática e consultoria. As demais são dos setores da indústria e comércio, construção, saúde, apoio social e educação.