De acordo com pesquisa realizada pela Ticket, marca da Edenred Brasil de vale-refeição e alimentação, 56% dos profissionais brasileiros nunca contaram com apoio psicológico ou psiquiátrico. Vale destacar que o levantamento foi feito com mais de 500 pessoas na primeira quinzena de julho deste ano.
Os outros 45% que já se consultaram com especialista, tinham a seguinte variação de periodicidade por consulta, segundo o estudo:
- 22% o fizeram no último ano;
- 5% nos últimos 24 meses;
- 4% recorreram a ajuda nos últimos 36 meses;
- 13% há mais de três anos.
- Justificativas para não recorrerem ao apoio especializado
De acordo com a diretora de recursos humanos da Ticket, Tatiana Romero, o tema saúde mental ainda é um tabu para muitas pessoas, principalmente no universo corporativo.
Diante disso, as justificativas para os trabalhadores não recorreram ao apoio especializado, estão:
- 35% disseram não ter certeza se precisam;
- 18% revelaram que o plano de saúde não cobre sessões de terapia e/ou consultas com psiquiatras;
- 18% têm receio de sofrer algum tipo de preconceito no trabalho;
- 30% afirmaram não precisar de qualquer apoio.
“É importante que as empresas criem um ambiente acolhedor para que os profissionais tenham segurança em demonstrar suas fraquezas emocionais e pedir apoio”, diz Romero.
Por que investir em saúde mental?
De acordo com o levantamento, 55% das empresas não oferecem aos profissionais sessões de terapia ou benefícios relacionados à saúde mental.
Diante dessa situação, 25% dos trabalhadores têm de desembolsar até R$ 500 destinados a tratamentos e apoio psicológico.
“Esses resultados são um alerta para as empresas avaliarem os benefícios que oferecem aos funcionários e considerarem a importância das iniciativas voltadas à saúde mental, uma vez que o equilíbrio emocional das pessoas também está diretamente ligado à produtividade no trabalho”, diz Romero.
Ao serem questionados sobre quais benefícios gostariam de receber tendo em vista o bem-estar e a saúde mental, os entrevistados elegeram:
- 53% escolheriam cuidados com a saúde, como o convênio;
- 50% mencionaram as sessões de terapia;
- 39% descontos com academias ou outros para prática de atividades físicas;
- 19% ações de descompressão da empresa (como sessão de meditação em grupo, disponibilizar um espaço para um cochilo, jogos de mesa, etc);
- 16% palestras e rodas de conversa sobre temáticas relacionadas à saúde mental;
- 9% bloqueio de agendas corporativas (dias sem reunião, bloquear horário de almoço, etc).
Com relação aos fatores mais importantes para garantir o bem-estar e a saúde mental no trabalho, os entrevistados apontaram:
- 58% optam pelo equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
- 48% mencionaram o equilíbrio entre volume de trabalho e salário recebido;
- 34% disseram a boa relação com colegas de trabalho;
- 31% responderam a boa relação com o gestor imediato.
“Quando comparamos os diferentes perfis que estão atuando no mercado de trabalho atualmente, os profissionais mais jovens tendem a apresentar um comportamento diferenciado em relação às gerações anteriores. Eles naturalmente prezam pelo equilíbrio entre vida profissional e pessoal, principalmente por buscar mais estabilidade emocional e saúde mental”.
Romero ainda acrescenta dizendo que “somado a isso, acabamos de passar por um período de pandemia que diminuiu a segregação entre o trabalho e os cuidados pessoais, o que potencializou essa prática”.
Com informações da Exame
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