O ano de 2023 marcou um período significativo para a diversidade no Brasil, com avanços notáveis alcançados. Contudo, ainda há muitos desafios que demandam por atenção.
Neste artigo, apresento uma retrospectiva abrangente sobre a diversidade no país, abordando conquistas, desafios e as perspectivas para um futuro mais inclusivo, com um olhar interseccional.
Avanços na representatividade
Um dos destaques positivos foi o avanço na representatividade em diferentes esferas da sociedade brasileira. O cenário político, por exemplo, viu um aumento significativo na presença de mulheres, pessoas negras, indígenas e pessoas membras da comunidade LGBTQIAPN+ em cargos de liderança, como exemplo, homens cisgêneros gays e mulheres cisgêneros lésbicas, promovendo uma tomada de decisão mais inclusiva.
No entanto, é necessário que, para além das pessoas cisgêneras dissidentes, que as políticas de inclusão possam contemplar as pessoas trans (binárias e não-binárias) e travestis, que demandam por oportunidades para ingresso, por exemplo, no mercado de trabalho e nas universidades, por meio de ações centradas no acesso e permanência.
Nas empresas
O mundo corporativo também testemunhou mudanças notáveis. Há empresas que começaram a adotar políticas mais inclusivas, promovendo ambientes de trabalho que valorizam a diversidade. Neste sentido, programas de capacitação, mentorias e políticas de igualdade salarial ganharam destaque, demonstrando um comprometimento crescente com a equidade.
Nas universidades
No ambiente acadêmico, iniciativas para a inclusão de grupos minorizados começaram a ser desenvolvidas em diferentes Instituições de Ensino Superior no país, como exemplo, as ações da Universidade Federal de Lavras (UFLA) que se tornou a primeira universidade em Minas Gerais a aprovar cotas para o ingresso de pessoas trans e travestis no Ensino Superior. É preciso avançar para que outras instituições de Minas Gerais e de outros estados brasileiros possam aderir a essa iniciativa.
Crescimento sobre o debate racial
O debate sobre questões raciais atingiu uma nova intensidade em 2023, com a sociedade discutindo mais abertamente sobre o racismo estrutural e as disparidades existentes.
No novo Governo Federal, foi instituído o Ministério da Igualdade Social, liderado pela Ministra Anielle Franco.
Além disso, movimentos sociais e campanhas educativas ganharam espaço, contribuindo para uma maior conscientização e para o impulso de mudanças estruturais necessárias. É necessário avançar na pauta racial e disseminá-la, objetivando a conscientização da sociedade brasileira.
Desafios persistentes
Apesar dos avanços, desafios persistentes continuam a desafiar a diversidade no Brasil. A discriminação de gênero, a transfobia, o racismo e a exclusão de comunidades indígenas, por exemplo, ainda são questões graves que demandam uma abordagem mais incisiva, entendo os atravessamentos interseccionais existentes. O acesso igualitário à educação e oportunidades econômicas também permanece como um desafio a ser enfrentado.
Desigualdades socioeconômicas
As desigualdades socioeconômicas continuam sendo um obstáculo significativo para a diversidade. Grupos minorizados muitas vezes enfrentam barreiras para o acesso a serviços básicos, oportunidades de emprego e uma representação adequada nas esferas de poder. A equidade econômica emerge como um fator crucial para a promoção de uma sociedade verdadeiramente diversa e inclusiva.
Perspectivas futuras
Olhando para o futuro, é imperativo construir sobre os avanços conquistados em 2023. A educação desempenhará um papel fundamental na promoção da diversidade, ensinando valores de tolerância, respeito e compreensão desde os primeiros anos. Além disso, políticas públicas que visam reduzir as disparidades socioeconômicas e garantir oportunidades mais justas são essenciais.
A retrospectiva da diversidade no Brasil em 2023 destaca um caminho de progresso, mas também revela os desafios persistentes que precisam ser enfrentados. Ao continuar promovendo a representatividade, combatendo preconceitos e investindo em políticas inclusivas, o Brasil pode pavimentar o caminho para uma sociedade mais justa e diversa.
O papel ativo de todos os setores da sociedade, desde o governo até as empresas e os cidadãos individuais, será fundamental para criar uma nação verdadeiramente inclusiva e equitativa.