A Caixa Econômica Federal e a Vibra Energia foram citadas no ranking da revista americana Fortune. A lista traz as 500 maiores companhias do mundo em faturamento. Tanto a Caixa como a Vibra não figuraram o ranking no ano passado.
Esse ano, a Caixa ocupou o 406º lugar na lista da Fortune e a Vibra Energia ficou na 429ª posição da lista. Para Leonardo Roesler, advogado especialista em direito empresarial e direito tributário pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a privatização de empresas estatais tem sido uma estratégia adotada por diferentes governos ao redor do mundo para aumentar a eficiência econômica, incentivar a concorrência e atrair investimentos estrangeiros.
Este tema tem sido amplamente discutido no Brasil nos últimos anos, gerando debates acalorados e opiniões divergentes. “ É inegável que esse processo tem trazido e trouxe diversas mudanças para a economia brasileira, impactando positivamente alguns setores e empresas. O ranking da revista americana Fortune com as 500 maiores companhias do mundo em faturamento revela a entrada de duas empresas brasileiras, a Vibra e a Caixa Econômica Federal, o que demonstra a relevância desses processos para a economia do país”, afirma o especialista.
Em relação à Vibra, Leonardo atribui a entrada da empresa no ranking ao reflexo direto da influência do processo de privatização da BR Distribuidora. “A empresa, ex-BR Distribuidora, demonstrou a importância da privatização ao tornar-se a maior empresa de capital aberto do Brasil, ultrapassando a Vale. A privatização da BR Distribuidora trouxe novas possibilidades para a empresa, permitindo-lhe expandir sua atuação e aumentar sua competitividade no mercado de energia”, comenta Roesler.
A BR Distribuidora, que era uma subsidiária da Petrobras, foi privatizada em 2019, resultando em uma maior eficiência operacional e no aumento dos lucros da empresa. Essa privatização possibilitou a entrada da Vibra no mercado de distribuição de combustíveis, tornando-a uma das maiores empresas do setor no país e garantindo sua posição no ranking da Fortune.
A privatização da BR Distribuidora trouxe diversas mudanças para o setor de distribuição de combustíveis no Brasil. Antes da privatização, a empresa enfrentava dificuldades operacionais, burocracia e uma gestão ineficiente. Com a entrada do setor privado, a empresa passou por um processo de reestruturação, buscando uma maior eficiência e competitividade. Isso resultou em uma melhoria na qualidade dos serviços prestados, no aumento da oferta de produtos e na redução dos preços para o consumidor final.
O especialista avalia que a privatização também trouxe benefícios para a economia brasileira como um todo. “Com a entrada de empresas privadas, houve um aumento na arrecadação de impostos, contribuindo para o equilíbrio das contas públicas. Além disso, a privatização possibilitou a redução da interferência estatal na economia, permitindo que as empresas atuem de forma mais autônoma e eficiente”, explica Leonardo.
Segundo o especialista, a presença da Caixa Econômica Federal no ranking da Fortune também traz uma reflexão sobre o papel do Estado na economia brasileira. “A Caixa é uma instituição financeira pública e seu faturamento no ranking demonstra a importância de empresas estatais para o desenvolvimento econômico do país, temos visto o banco investir em tecnologia e em inovação para se manter competitiva no mercado, ampliando seu leque de produtos e serviços e melhorando a experiência de seus clientes”, disse.
O especialista também acredita que a Caixa tem buscado se tornar uma instituição cada vez mais eficiente, adotando medidas de redução de custos e de melhoria de processos. Isso se reflete no aumento de sua rentabilidade e na sua capacidade de gerar resultados positivo, sendo que essa presença também evidencia que nem todos os setores devem ser privatizados, especialmente aqueles que exercem funções sociais relevantes, como é o caso da Caixa, que atua no financiamento habitacional e em programas sociais.
“Para se destacar no mercado competitivo, as empresas brasileiras precisam adotar uma análise técnica de gestão, buscando constantemente aprimorar sua eficiência operacional e financeira. Isso envolve a organização eficaz dos recursos disponíveis, a alocação adequada de investimentos, a identificação de oportunidades de crescimento e a gestão eficiente dos riscos. Vejo a privatização tem sido um processo importante para a economia brasileira, trazendo benefícios como maior eficiência, aumento da competição e melhoria dos serviços prestados”, analisa, Leonardo
Por fim, Leonardo afirma que a entrada da Vibra e da Caixa Econômica Federal no ranking da Fortune é um reflexo dessas mudanças, demonstrando o impacto positivo desses processos para o desenvolvimento econômico do país. “No entanto, é necessário analisar cada caso de forma individual, considerando os aspectos sociais e econômicos envolvidos, a fim de tomar decisões que sejam benéficas para a sociedade como um todo”, conclui.
Além das duas empresas, o Brasil possui outras sete empresas no ranking da revista americana que já foram citadas no ano passado. São elas: Petrobras, na 71ª posição; JBS ocupando a 177ª colocação; Itaú Unibanco, em 207º lugar; Banco do Brasil, na 251ª posição; Bradesco em 273º lugar; Raizen na 301ª colocação e Vale ocupando a 332ª posição.
Fonte: Q Comunicação