Em resposta à greve nacional iniciada pelos funcionários do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) nesta terça-feira (27), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) convocou uma reunião emergencial com a direção da estatal e representantes dos trabalhadores. A medida visa encontrar uma solução para a paralisação que impacta significativamente os serviços de tecnologia da informação prestados pelo governo.
A reunião, liderada pelo vice-presidente do TST, ministro Aloysio da Veiga, durou toda a tarde e culminou em uma proposta destinada a suspender a greve. O ministro apresentou uma oferta que inclui a aplicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acrescido de 1% de ganho real nos salários. Além disso, foi sugerida a manutenção do adicional por tempo de serviço, garantindo que novos funcionários também sejam contemplados. A proposta também prevê alterações no programa de demissão voluntária, visando torná-lo mais atrativo e justo para os servidores.
Proposta de grupo de trabalho para avaliar plano de saúde
Outro ponto central discutido foi a questão do plano de saúde dos funcionários. O ministro sugeriu a criação de um grupo de trabalho, com prazo de atuação de 60 dias, para analisar e discutir as condições atuais do benefício. Esse grupo seria composto por representantes do Serpro, dos trabalhadores e de órgãos governamentais, com o objetivo de apresentar uma solução que atenda às necessidades de ambas as partes.
Prazos e decisões futuros
Os trabalhadores foram orientados a dar uma resposta à proposta até as 18h do dia 29 de agosto. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Processamento de Dados (Fenadados) está organizando assembleias para esta quarta-feira (28), onde os termos serão discutidos e votados. No entanto, representantes dos funcionários demonstraram preocupação com a falta de garantia por parte do Serpro em manter o adicional por tempo de serviço, uma vez que a estatal depende da aprovação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), vinculada ao Ministério da Gestão.
Diante desse impasse, existe a possibilidade de que as negociações precisem ser retomadas em uma nova rodada de discussões, que já está agendada para a próxima segunda-feira, 2 de setembro, novamente com a mediação do TST. A continuidade da greve depende do desfecho dessas negociações, que são de extrema importância para a manutenção dos serviços tecnológicos essenciais ao funcionamento do governo federal.