Um novo modelo de empréstimo consignado para trabalhadores da iniciativa privada permitirá o acesso ao crédito mesmo para quem aderiu ao saque-aniversário do FGTS. A medida provisória (MP) será assinada nesta quarta-feira (12), em cerimônia no Palácio do Planalto.
Diferente do que se especulava, os trabalhadores que optarem pelo saque-aniversário não precisarão sair da modalidade para ter acesso ao novo consignado, sendo possível continuar retirando parte do saldo do FGTS anualmente e, ao mesmo tempo, contratar o novo crédito com desconto direto na folha de pagamento.
Além disso, a MP não terá restrições para quem já antecipou o saque-aniversário por meio de empréstimos bancários. Esses trabalhadores terão os mesmos direitos ao consignado que os demais.
Vale ressaltar que o novo modelo de crédito faz parte das estratégias econômicas do governo para 2025 e deve movimentar o mercado financeiro. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é que a modalidade gere uma carteira de R$ 120 bilhões. Atualmente, o volume de crédito consignado no setor privado é de R$ 40 bilhões.
Esse tipo de empréstimo se destaca por oferecer juros menores em comparação a outras modalidades, já que o desconto ocorre diretamente na folha de pagamento. Hoje, apenas trabalhadores de empresas que têm convênio com bancos podem acessar esse tipo de crédito, mas o novo modelo promete ampliar essa possibilidade.
Fim do saque-aniversário ainda é incerto
Apesar da criação do novo consignado, o governo não conseguiu extinguir o saque-aniversário, uma medida defendida pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Segundo ele, o objetivo é tornar o consignado privado mais vantajoso, reduzindo a procura por empréstimos baseados no FGTS.
Enquanto isso, quem aderiu ao saque-aniversário e foi demitido entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2025 já pode sacar o saldo retido do FGTS sem precisar deixar a modalidade. A liberação dos recursos, no total de R$ 12 bilhões, já começou.
A oferta do novo consignado será feita por aplicativos e sites dos bancos, que terão acesso aos dados do eSocial dos trabalhadores para avaliar o crédito.
Com informações da Folha de S. Paulo