As micro e pequenas empresas (MPEs) tem um grande impacto na economia brasileira e na geração de novos empregos, mas ainda assim, segundo pesquisa realizada pelo Sebrae-SP, a maioria tem faturamento igual ou menor do que seus gastos mensais.
Cerca de 59% da categoria recebem apenas o suficiente para cobrir as despesas do mês ou nem conseguem chegar nisso.
Entre as empresas consultadas, 40% apresentam faturamento igual aos custos e 19% ganham menos do que gastam. Por sua vez, 37% afirmam ter faturamento acima dos custos e 4% não sabem informar.
Essa situação está diretamente relacionada com o nível de faturamento das MPEs, uma vez que 46% relatam que esse indicador está abaixo do período anterior à pandemia, 24% conseguem apenas manter-se no mesmo patamar e 22% declaram estar com receita maior na mesma comparação.
Contudo, 75% das MPEs esperam que as receitas voltem ao normal em até um ano. Entre as MPEs, 54% têm a expectativa de que a economia se estabilize no mesmo prazo.
“O pior da crise causada pela pandemia já ficou para trás. Os pequenos negócios estão em um processo de recuperação, mas que não ocorre na velocidade ideal. A retomada depende muito da conjuntura econômica, incluindo, por exemplo, comportamento dos preços – que influenciam nos custos – taxa de desemprego e nível de consumo das famílias brasileiras”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae-SP, Wilson Poit.
Dívidas das MPEs
A pesquisa revelou ainda que 42% das MPEs têm alguma dívida, sendo que 12% delas estão com o pagamento desses compromissos atrasado. As obrigações não honradas no prazo são principalmente empréstimos e financiamentos (para 53% das MPEs com dívidas atrasadas) e impostos (47%).
A solução para sair dessa situação passa basicamente por negociar o parcelamento do pagamento, opção apontada por 49% das MPEs. A segunda saída mais mencionada na pesquisa é esperar a empresa gerar recursos para pagar as dívidas. A medida mais drástica, que seria fechar as portas, foi mencionada por 9%.
Além disso, as MPEs necessitaram de auxílio do governo para remanejar suas pendências tributárias, como descontos em juros, multas e encargos proporcionais à queda de faturamento.
Em 2020, 20% delas usaram o benefício de adiar ou suspender o pagamento de impostos e dívidas tributárias, em especial os MEIs e as microempresas, assim como as empresas do agronegócio. Para 26%, a melhora dos negócios passa pela ajuda do governo.
Crédito facilita a rotina
Um dos pontos mais sensíveis no dia a dia dos negócios, o crédito, tem sido responsável por dar fôlego para as empresas atravessarem a pandemia.
Segundo a pesquisa, 34% das MPEs buscaram empréstimo em 2021, porém destas, 19% conseguiram e 15%, não. Já 22% das MPEs afirmaram que pretendem buscar recursos desse tipo este ano, 60% não pensam nisso e 18% não sabem se vão recorrer a esse expediente.
Com informações SEBRAE SP