Um estudo recente revelou que embora 32,7% dos pequenos empresários brasileiros implementem práticas ligadas à economia circular em seus negócios, apenas 16,51% possuem conhecimento detalhado sobre o tema. Esses dados são extraídos do relatório “Engajamento dos pequenos negócios brasileiros às práticas de economia circular”, conduzido pelo Centro Sebrae Sustentabilidade (CSS).
Atualmente, o modelo produtivo predominante é marcado pelo desperdício e por ações que são não só poluentes, mas também prejudiciais aos ecossistemas naturais. A economia circular surge como uma abordagem fundamental para quebrar esse ciclo vicioso.
Para as pequenas empresas, a transição para a economia circular representa não apenas uma necessidade ambiental, mas também uma oportunidade estratégica para agregar valor aos seus produtos e serviços. Esta transição deve ser vista como parte integrante de um sistema produtivo mais amplo, que necessita de colaboração entre os setores público e privado, incluindo governos municipais e estaduais.
De acordo com o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, “a implementação de práticas sustentáveis como as Estratégias-R – reparar, reutilizar, redistribuir, renovar, remanufaturar e reciclar – não só prolonga o ciclo de vida de materiais e produtos, mas também contribui significativamente para a restauração ambiental”.
Apesar do crescente reconhecimento da economia circular ao longo dos anos no Brasil, a pesquisa indica que a maioria dos empresários ainda possui um conhecimento limitado sobre o tema. Uma análise detalhada revela que 83,49% dos entrevistados afirmam desconhecer profundamente o conceito ou possuem apenas um entendimento superficial.
Ao analisar o conhecimento por região, observou-se que empresas localizadas no Norte (19,12%), Nordeste (18,33%) e Centro-Oeste (18,31%) apresentam uma maior familiaridade com a economia circular. Em contrapartida, as regiões Sudeste (16,60%) e Sul (13,68%) demonstram índices inferiores de conhecimento sobre o assunto.
Juliana Borges, analista de Competitividade, Economias Transversais e Emergentes do Sebrae Nacional, complementa que “embora 60,50% das micro e pequenas empresas entrevistadas ainda não tenham incorporado práticas da economia circular em seus processos, 32,73% já começaram a explorar estrategicamente esse tema. Este grupo, sem dúvida, está se destacando no mercado, seja por ganhos de eficiência ou pela preferência crescente dos consumidores.”
Este estudo sublinha a necessidade urgente de educar e capacitar mais empresários sobre os benefícios e práticas da economia circular, não apenas para o bem-estar ambiental, mas também para a viabilidade econômica de seus negócios.
Com informações Sebrae