O governo estuda redesenhar o abono salarial, com o objetivo de tornar a política pública mais progressista e eficiente, alcançando também a população informal. Com isso, o redesenho pode envolver desvincular o benefício da necessidade de a pessoa estar no mercado de trabalho formal, ou seja, não precisará ter carteira assinada.
A ideia preliminar do governo, que está em avaliação pela equipe do Ministério do Planejamento e Orçamento, é que a concessão passe a ser a renda familiar per capita e que o abono seja limitado a um por família.
Outra ideia do governo é tornar o pagamento do abono mensal, o que atualmente acontece uma vez por ano.
O abono poderia custar quase R$ 30 bilhões aos cofres públicos por ano e a mudança poderia gerar ganho fiscal, mas que ainda não foi calculado.
Vale destacar que essas mudanças precisariam ser aprovadas pelo Congresso Nacional.
De acordo com o secretário de Monitoramento e Avaliação de Políticas Públicas do Ministério do Planejamento e Orçamento, Sergio Firpo, em entrevista ao Valor Econômico, o abono poderia ser pago, por exemplo, a famílias de baixa renda que não se enquadram no Bolsa Família.
“Você receberia como se fosse um programa de transferência de renda”, explicou, ressaltando que é uma ideia ainda em estudo na área econômica, sem decisão política tomada.
Firpo completa dizendo que é necessário pensar como o abono pode ser uma forma de garantir que os trabalhadores com renda familiar per capita mais tenham tenham alguma garantia de que não entrarão na pobreza.
Para o secretário, esse redesenho no abono salarial pode trazer ganhos de eficiência, além de uma economia fiscal, porém a redução de gastos a ser alcançada depende de como ficará o desenho final do programa.
O secretário ainda revela que as revisões estruturais de gastos são baseadas em um tripé e devem, ao mesmo tempo:
- Reduzir desigualdades;
- Buscar ganhos de eficiência;
- Produzir resultado fiscal.
Com informações do Valor Econômico