A Gol, uma das principais companhias aéreas do Brasil, está enfrentando um processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. Ao optar por buscar amparo na justiça americana em vez de recorrer ao sistema brasileiro, a empresa visa acelerar o processo.
A Companhia afirma que o objetivo é reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e fortalecer sua estrutura de capital visando à sustentabilidade a longo prazo.
Recuperação judicial
A recuperação judicial é comumente utilizada pelas empresas para evitar a falência. Durante o processo, as cobranças são suspensas e a administração da empresa pode propor aos credores uma negociação para lidar com as dívidas. A falência só é decretada se não houver acordo ao final do processo judicial.
Dívidas da Gol
A Gol enfrenta uma dívida considerável, originada pela crise global na aviação civil desencadeada pela pandemia de Covid-19.
No terceiro trimestre do ano passado, a empresa registrou um endividamento de R$ 20,3 bilhões. Informações mais recentes fornecidas à Justiça americana indicam ativos de US$ 3,5 bilhões e passivos de US$ 8,3 bilhões, com US$ 4,2 bilhões em dívidas em aberto.
A decisão de buscar a recuperação judicial nos Estados Unidos, especificamente o Chapter 11 da Lei de Falências americana, é motivada pela maturidade e “amizade com o mercado” da legislação americana em comparação com a brasileira.
Impactos na bolsa de valores
No entanto, esse movimento pode ter consequências para os acionistas minoritários, com análises de alguns bancos de investimento indicando uma possível diluição significativa de suas participações. Isso levou a uma queda acentuada nas ações da Gol na Bolsa de Valores brasileira, com uma baixa de 33,6% no fechamento do mercado nesta segunda-feira (29).
Embora o caminho pela frente possa apresentar desafios, a Gol está determinada a utilizar esse processo para reestruturar suas finanças e fortalecer sua posição no mercado aéreo, visando uma recuperação sustentável.
