O ex-presidente da Unimed Cuiabá perdeu uma ação judicial em que buscava responsabilizar uma contadora pelo rombo contábil de R$ 400 milhões na cooperativa.
O Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso (CRC-MT) decidiu arquivar a representação disciplinar que ele havia movido contra ela.
O rombo milionário foi descoberto no Balanço Contábil de 2022, após uma revisão realizada por uma auditoria independente contratada pela atual gestão da Unimed Cuiabá. A auditoria também revelou outros 13 pontos críticos relacionados à gestão do ex-presidente.
Depois de perder as eleições e tomar conhecimento de que a nova administração estava revisando o balanço, o ex-presidente tentou, como estratégia de defesa, atribuir a responsabilidade pelo déficit à contadora que, na época, era a responsável pelo setor contábil da cooperativa.
Durante a Assembleia Geral Ordinária (AGO) da Unimed Cuiabá, realizada em 4 de março de 2023, o Balanço Contábil de 2022 foi reprovado. Nessa ocasião, a contadora afirmou publicamente ter sido pressionada a assinar o balanço das contas referentes à gestão do ex-presidente.
A profissional declarou ter alertado o ex-presidente de que não poderia proceder com o balanço conforme as orientações dadas por ele e outros membros da administração na época. Além disso, a contadora revelou que havia elaborado um parecer que foi ignorado pelo ex-presidente.
Decisão do CRC-MT
O Conselho Regional de Contabilidade de Mato Grosso (CRC-MT) arquivou o processo contra a contadora, afirmando que ela não cometeu nenhuma infração ética e cumpriu as normas estabelecidas pela Norma Brasileira de Contabilidade (NBC).
A decisão, portanto, refuta a alegação do ex-presidente de que a contadora seria a responsável pelo rombo de R$ 400 milhões nos cofres da Unimed Cuiabá.
A contadora conseguiu demonstrar que os gestores anteriores estavam preocupados em apresentar um balanço contábil positivo a qualquer custo, independentemente das reais condições financeiras da cooperativa.