O termo “cultura da inovação” já faz parte do universo dos negócios. É o que revela pesquisa divulgada pela ACE Cortex, em 2022. O levantamento contou com a participação de funcionários de pequenas, médias e grandes empresas de 15 setores produtivos.
A pesquisa apurou que 91% dos entrevistados estão familiarizados com o tema cultura da inovação, mas apenas 52,4% dizem que a empresa trabalha com o tema num grau de maturidade satisfatório; outros 46,2% admitem que é preciso avançar bastante nessa pauta.
Para Sidney Hamada. diretor de Ecossistema da Blusoft/Acate e founder da Straas, Cocriar e Venture Hero, um dos caminhos para tornar as empresas inovadoras é investir na mudança de cultura para quebrar o chamado “ciclo de insanidade” e este será o tema de sua palestra na abertura da primeira edição do Conexão WK, no próximo dia 23 de agosto.
“Insanidade é querer resultados diferentes fazendo sempre as mesmas coisas. As pessoas entram num ciclo vicioso, de repetir sempre os mesmos processos e atitudes, e acabam se fechando, não parando para refletir mais sobre os rumos da empresa, sobre o que os clientes querem, quais as tendências do mercado e deixam de inovar. A inovação, cabe esclarecer, não é rocket science, na verdade ela tem mais a ver com a cultura da empresa”, aponta Hamada.
No contexto das pequenas e médias empresas, um dos maiores desafios é tornar esses negócios aptos à inovação, avalia o expert.
“O princípio da inovação é se questionar. A partir disso, um dos primeiros passos é identificar os profissionais com perfil inovador, aqueles que pensam diferente, que tem uma postura mais questionadora. São esses que tomarão a frente dos projetos inovadores e da cultura da inovação na empresa. Importante também dar condições para esse time, como infraestrutura e autonomia”, comenta.
Hamada aponta que o terceiro passo para sair do ciclo da “insanidade” e inovar é entender que este é um processo de médio e longo prazo.
“Muitas empresas acham que se tornarão inovadoras em um ano, com um projeto, não é assim. É preciso ter estratégia e compreender que a cultura da inovação não é um tsunami, que atinge e varre toda operação. Está mais para uma mudança gradual e contínua do curso de um rio”, compara.
Sobre os investimentos em inovação para pequenas e médias empresas, o especialista decreta: não precisa ter um grande orçamento. “Inovar é não é sobre colocar robôs na operação da sua empresa, é olhar para dentro de casa, rever processos e se questionar se o modus operandi que está sendo feito há cinco anos não poderia ser melhor. Analisar o que pode ser melhorado internamente. Inovar é também observar seus pares, o que as empresas estão fazendo e rever seus próprios processos a partir de boas práticas identificadas nesse benchmarking”, indica.
Fonte: Conexão WK