Empresas são investigadas por barrar contribuição sindical

Empresas são investigadas por barrar contribuição sindical

O Ministério Público do Trabalho (MPT) da 15ª Região, em Campinas (SP), está investigando 32 empresas do interior de São Paulo por suspeita de coagir funcionários a não pagar a contribuição sindical prevista em acordos e convenções coletivas. 

Conforme relatam as denúncias, além de recusarem o desconto da taxa na folha de pagamento, algumas empresas incentivavam os empregados a se opor ao pagamento e até ofereciam modelos de cartas de oposição.

Até agora, quatro empresas foram acionadas na Justiça do Trabalho e uma liminar já foi concedida. 

O MPT também firmou termos de ajuste de conduta (TAC) com quatro empresas que se comprometeram a não praticar coação sindical, sob pena de multa. 

O que está sendo investigado?

As denúncias envolvem diversas cidades, como Campinas, Piracicaba, Limeira, Indaiatuba, Valinhos, Jundiaí, Pedreira, Cosmópolis, Atibaia e Santo Antônio de Posse. Entre as práticas irregulares apuradas estão:

  • Empresas que se recusam a descontar a contribuição sindical na folha de pagamento;
  • Fornecimento de modelos de cartas para funcionários se oporem ao desconto;
  • Transporte de grupos de trabalhadores até o sindicato para formalizar a oposição.

De acordo com o procurador do MPT, Elcimar Rodrigues Reis Bitencourt, essas práticas violam a liberdade sindical, pois dificultam a atuação dos sindicatos e interferem na decisão dos trabalhadores.

“O trabalhador tem o direito de decidir se deseja contribuir com o sindicato sem interferência do empregador”, reforça Bitencourt.

O Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que a contribuição sindical pode ser instituída por norma coletiva, desde que o trabalhador tenha o direito de se opor. 

Além disso, a Convenção 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), incorporada à legislação brasileira, protege os trabalhadores contra ações que restringem a liberdade sindical.

O MPT já obteve uma liminar contra uma empresa de Santo Antônio de Posse, que proíbe:

  • Coagir ou induzir funcionários a se oporem à contribuição sindical;
  • Criar, fornecer ou exigir cartas de oposição ao desconto.

A empresa pode ser multada em R$ 3 mil por infração, para cada trabalhador prejudicado.

Outras três ações aguardam julgamento contra empresas de Atibaia, Campinas e Jundiaí. O MPT segue acompanhando os casos e pode tomar novas medidas conforme a investigação avança.

Com informações do g1

Fonte: https://www.contabeis.com.br

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