No mundo corporativo atual, a Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento (DEIP) se tornaram mais do que meros jargões, são consideradas metas essenciais para muitas empresas. No entanto, com a crescente demanda por integração desses valores, também se observa uma tendência preocupante: o “greenwashing” da diversidade.
Assim como empresas usam práticas de greenwashing para parecerem mais ecológicas sem fazer mudanças significativas, muitas organizações proclamam seu compromisso com a DEIP sem realmente compreender ou integrar esses conceitos.
Diversidade não é um “Checklist”
Empresas frequentemente veem a diversidade como um simples exercício de contratação. Contratam um certo número de pessoas de diferentes etnias, gêneros, orientações sexuais, e voilà, a empresa é “diversa”. Isso além de ser simplista, também é perigoso.
A diversidade não deve ser reduzida a uma métrica de RH. Ela envolve criar um ambiente onde diferentes vozes, perspectivas e experiências sejam realmente ouvidas e valorizadas.
Equidade não é tratar todas as pessoas da mesma forma
A equidade é frequentemente mal interpretada como sendo igualdade. A igualdade significa tratar todas de maneira idêntica, já a equidade reconhece que cada pessoa tem necessidades diferentes.
É sobre fornecer a cada indivíduo as ferramentas e oportunidades necessárias para ter sucesso. É crucial entender essa distinção para criar políticas que realmente façam a diferença.
Inclusão vai além do convite
Imagine ser convidada para uma festa, mas, ao chegar lá, ninguém fala com você ou sequer reconhece sua presença. Você foi incluída no convite, mas não se sente parte da celebração.
Da mesma forma, incluir colaboradoras de diferentes backgrounds em uma organização não significa automaticamente que elas se sintam valorizadas ou ouvidas.
A inclusão verdadeira envolve ativamente envolver esses indivíduos na tomada de decisões e garantir que suas vozes sejam reconhecidas.
Pertencimento: a meta subestimada
Enquanto a diversidade e a inclusão recebem grande parte da atenção, o sentimento de pertencimento é frequentemente esquecido. No entanto, é um dos aspectos mais críticos da DEIP.
O pertencimento é o que faz uma pessoa colaboradora sentir que faz parte da equipe e da empresa, que sua identidade e contribuições são valorizadas.
Problematizando a abordagem atual
A maior crítica ao movimento atual de DEIP é sua superficialidade em muitas organizações. A mudança não pode acontecer apenas no papel ou em declarações de missão.
A transformação deve ser profundamente enraizada na cultura da empresa, nos processos de tomada de decisão e nas interações diárias.
A questão é: as empresas estão prontas para ir além das palavras e realmente comprometer recursos, tempo e energia para fazer desses princípios uma realidade?
Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertencimento são mais do que palavras da moda. São imperativos para organizações que buscam não apenas sobreviver, mas prosperar em um mundo em constante evolução.
É hora de ir além das declarações e iniciar ações concretas e profundas para garantir que todas as pessoas colaboradoras, independentemente de sua identidade, se sintam valorizadas e pertencentes.