É cada vez mais comum as empresas investirem em pesquisas internas para entender o comportamento, necessidades e planos dos funcionários. Há alguns anos que as pesquisas notam um crescimento em problemas de relacionamento entre equipes e chefes. Respostas como “meu líder não se interessa por mim”, “não faz o que promete” e “não me reconhece” chamam atenção dos profissionais de RH.
“Percebemos que a cultura focada em resultado é importante, mas é preciso cuidar das pessoas, escutá-las e saber confiar nelas”, diz Vanessa Fontoura, diretora de RH. “Arriscam
Os treinamentos trouxeram algo à tona nas empresas: a dificuldade dos chefes em ter uma escuta mais cuidadosa e não interpretar a fala dos outros de acordo com suas próprias emoções. O resultado disso eram ruídos na comunicação e uma sensação das equipes de que havia pouco reconhecimento e muita cobrança.
“Vimos que os líderes não estavam conseguindo se comunicar de maneira mais empática. Acabavam tão focados no crescimento que deixavam isso de lado.”, pontua Vanessa.
A solução
Para reforçar a empatia, a companhia decidiu trabalhar o conceito de comunicação não violenta, um termo cunhado nos anos 1960 pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg. Segundo a teoria, para lidar com conflitos de forma produtiva, as pessoas devem aprender a identificar quais são suas necessidades e saber comunicá-las de modo que possam cooperar para resolver juntas os problemas.
“Muitas vezes não percebemos quanto nossa fala pode ser violenta para o outro, mesmo que para nós não seja. Estamos aprendendo a dizer coisas difíceis de maneira diferente, a dividir as decisões e a escutar o que os outros têm a dizer”, diz Vanessa.
Nove em cada dez líderes treinados afirmaram ter ficado chocados com o fato de a fala deles ser violenta – algo que não notavam antes da imersão no tema.
“O ambiente no varejo, por exemplo, já é bastante tenso, com metas bem altas e muitas pessoas para cobrar. Nossa expectativa é que o dia a dia do trabalho seja mais suave, menos sofrido. Queremos ajudar os líderes a encontrar maneiras de lidar melhor com a pressão sem tanta autocobrança nem perfeccionismo”, diz a executiva.