Um levantamento feito pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho a pedido do G1 mostra que houve um aumento de 89% nos desligamentos por motivo de morte entre os trabalhadores com carteira assinada este ano.
Em 2020, nos quatro primeiros meses, foram registrados 18.580 encerramentos de contratos CLT, no mesmo período de 2021 o número pulou para 35.125.
Quando se analisa a lista com as ocupações com maior número de desligamentos por morte, motoristas de caminhão, faxineiros e vendedores lideram o levantamento no número total de mortes nos primeiros quatro meses de 2021.
Quando se verifica o maior crescimento percentual no número de mortes nos primeiros quatro meses de 2021, em relação ao mesmo período do ano passado, os maiores aumentos também abrangem ocupações que exigem atividades presenciais, e em alguns casos consideradas essenciais, como motoristas de ônibus e caminhões, operadores de caixa, frentistas, zeladores e porteiros de edifícios.
Veja abaixo os maiores crescimentos nos desligamentos por mortes entre janeiro e abril de 2020 e de 2021:
- Motorista de Ônibus Rodoviário: 181%
- Supervisor Administrativo: 166,4%
- Motorista de Caminhão: 152%
- Gerente Administrativo: 145,2%
- Motorista de Ônibus Urbano: 143,7%
- Vigilante: 129,5%
- Assistente administrativo: 115,2%
- Operador de caixa: 114,7%
- Motorista de Carro de Passeio: 114,2%
- Vendedor de comércio varejista: 113,2%
- Frentista: 105,2%
- Auxiliar de escritório: 98,5%
- Zelador de edifício: 94,9%
- Porteiro de edifícios: 93,7%
O levantamento é baseado no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia. Isso quer dizer que ele reflete apenas o mercado formal. Portanto, não há como relacionar os óbitos com a Covid-19. Mas o cenário mostra que, na pandemia, as ocupações que exigem atividades fora de casa são as mais afetadas.
Em relação ao total de desligamentos por motivo de morte, os dados do Caged mostram que os números começaram a subir a partir de abril de 2020, quando a pandemia começou a se agravar no país, variando entre os patamares de 5 e 6 mil registros.
Mas, em março e abril deste ano, houve um salto para mais de 11 mil encerramentos de contrato por óbitos. Em abril, quase 1% dos desligamentos foi por motivo de morte, maior proporção pelo menos desde 2014, de acordo com os dados enviados pelo governo.
Fonte: Com informações do G1