O ministro da Economia, Paulo Guedes, responsabilizou a classe política pela responsabilidade da demora na volta do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).
Contudo, durante live realizada nesta segunda-feira, 05, prometeu uma solução relativamente rápida para o programa, que vem sendo cobrado pelos empresários brasileiros como uma forma de evitar demissões na segunda onda da pandemia de covid-19.
“O BEm tinha impacto fiscal zero na nossa formulação. Era só pegar o fluxo do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e transformar em alimentador do BEm. Era perfeitamente factível. Poupamos 11 milhões de empregos gastando zero do ponto de vista fiscal. Aí a política bloqueou o caminho e fomos remetidos a buscar outro. Aí demora um pouco mais, é sacrifício para todo mundo, mas vai ser resolvido relativamente rápido”, disse Guedes.
FAT
O ministro lembrou que, para permitir uma nova rodada de acordos de redução salarial e suspensão do contrato de trabalho, como querem os empresários do setor de serviços em virtude do agravamento da pandemia de covid-19, a equipe econômica pensou em usar os recursos do FAT para completar o salário dos brasileiros que fossem atingidos pelo acordo.
Esses recursos, no entanto, são usados no pagamento do seguro-desemprego. Por isso, a proposta foi criticada por integrantes do próprio governo, por parlamentares e por centrais sindicais e acabou sendo engavetada.
O governo deve emitir, portanto, um crédito extraordinário, de até R$ 10 bilhões, para bancar a nova rodada do BEm.
Crédito extraordinário
Como disse na semana passada o secretário de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, a edição desse crédito extraordinário, no entanto, está dependendo do Orçamento, que, como saiu do Congresso Nacional com parâmetros inexequíveis, está sendo recalibrado pelo governo e pelos parlamentares. A solução para o Orçamento, segundo Guedes, deve sair até o próximo dia 22.
Empresários do setor de serviços, no entanto, se dizem frustrados e decepcionados com a demora na volta do programa e alertam que podem ter que fazer demissões nas próximas semanas já que estão impedidos de abrir as portas em razão da pandemia de covid-19.
Por conta de situações como essa, políticos já falam em reeditar o estado de calamidade pública para permitir novos gastos públicos no enfrentamento à segunda onda da pandemia. Guedes, por sua vez, criticou essa possibilidade nesta segunda-feira, dizendo que a medida traria mais instabilidade, pois representa um “cheque em branco” para o país.