A pandemia de Covid 19 acelerou e consolidou um conjunto de tendências que já estavam previstas no horizonte da economia e levou as micro e pequenas empresas a um processo de intensas mudanças.
Forçados pela crise, os empreendedores precisaram repensar os seus modelos de negócio, digitalizar suas vendas e otimizar sua produtividade. Para 2022, o cenário ainda é de cautela, embora exista uma tendência de crescimento, em especial em alguns segmentos mais seriamente atingidos pela pandemia, como turismo e economia criativa.
Essas foram algumas análises feitas pelo economista José Roberto Mendonça de Barros e pelo presidente do Sebrae, Carlos Melles, durante debate online promovido pelo Jornal Valor Econômico, na noite da última quarta-feira (3).
Para o economista, foi possível observar na crise provocada pela pandemia, a capacidade de reação das micro e pequenas empresas. “Diante das medidas de lockdown, os empresários saíram em busca de soluções para manterem as empresas em operação. Muitos descobriram oportunidades fora do segmento em que atuavam, outros apostaram na internet e no delivery”, comentou Barros.
Cuidados para o ano que vem
Ao olhar para 2022, Mendonça de Barros alerta para um cenário que vai exigir ainda mais atenção de todos. Segundo o economista, o custo da energia (combustíveis e eletricidade), somado ao crescimento da inflação e à valorização do dólar, com a consequente alta dos juros, cria um ambiente que exige enorme cautela.
“É importante conduzir as empresas de forma conservadora e trabalhar com foco na excelência operacional e na otimização dos custos do negócio”, avalia. Ele acrescenta que a realidade tende a ser bem diversa, com alguns setores sendo favorecidos por condições específicas, como o agronegócio, o turismo e a economia criativa.
O presidente do Sebrae, Carlos Melles, destacou a importância do trabalho feito pela instituição e pelo governo federal no apoio às micro e pequenas empresas durante a crise. “As pesquisas mostraram, no primeiro momento da pandemia, que praticamente todos os pequenos negócios sofreram perdas significativas de faturamento. Nesse contexto, foram cruciais medidas como o auxílio emergencial, a criação do Fampe e a flexibilização das regras trabalhistas para conter as demissões e o fechamento de empresas”, comenta.
Ele comenta que pesquisas feitas pelo Sebrae apontam que aproximadamente 50 milhões de brasileiros que ainda não empreendem, pretendem abrir uma empresa nos próximos anos. “O empreendedorismo será a saída da crise para milhões de brasileiros”, diz o presidente do Sebrae. “Mas é preciso qualificar e apoiar esses novos empresários nesse momento tão delicado”, ressalta.
Com informações Agência Sebrae