As estatísticas sobre o tempo médio de sobrevivência de empresas de pequeno e de médio porte no Brasil são desanimadoras. Muitas dessas empresas fecham as portas antes de completarem 5 (cinco) anos de vida. Isso mesmo, sessenta meses depois de sua constituição legal, elas praticamente desaparecem.
Quais seriam as razões para esse alto índice de mortalidade de empresas aqui no Brasil? Certamente, isso também acontece, em proporções menores, em outros países. A diferença está, talvez, na pouca experiência e preparo dos empreendedores brasileiros, especialmente aqueles empresários que possuem pouca formação técnica e são menos treinados para administrar, controlar e organizar uma empresa.
Criar uma empresa tornou-se relativamente fácil em vários estados brasileiros. A desburocratização dos procedimentos perante Juntas Comerciais e vários órgãos de fiscalização foi um dos fatores que contribuíram para esse processo. A partir do acesso às Juntas Comerciais, por meio da internet e com a utilização de um certificado digital, tudo ficou bem mais prático. Aqui na Bahia, por exemplo, em vários municípios do Estado é possível fazer tudo pela internet e receber documentos registrados e arquivados, via correio eletrônico. Nesse aspecto, a vida dos profissionais de contabilidade facilitou bastante.
Todavia, a partir de sua constituição as empresas não podem ser amparadas com ideias, orientação, sugestões, planos de negócios e outras necessidades tão importantes para a obtenção de êxito em suas atividades diárias.
Estudo de mercado, atuação da concorrência, nicho de negócio e tantas outras variáveis não são bem avaliadas por pessoas que querem apenas empreender. A partir dessa ausência de pesquisa de mercado, as empresas são conduzidas de maneira empírica, na maioria das vezes.
Há muitos órgãos, a exemplo do SEBRAE, que ajudam empreendedores em várias as atividades de negócio. Porém, o dia a dia de uma empresa é diferente no que diz respeito aos conceitos técnicos de boas práticas de negócio.
A partir dessa constatação, fica difícil uma empresa permanecer no mercado só porque tenta remar para não morrer afogada por causa de gestão inadequada, crises financeiras, concorrências, fatores externos imprevisíveis e outras situações não previstas no momento da abertura da empresa.
A verdade é que sem planejar, organizar e controlar, três funções essenciais da Administração, fica difícil fazer qualquer coisa na vida. Principalmente, quando o assunto em empreendedorismo.
Outro fator determinante para o pouco tempo de vida de várias empresas é a ausência da tecnologia. Poucas empresas conseguem ter bons sistemas de controles internos (ERP), visto que para tanto seria necessário pessoal treinado e investimento. Os profissionais de contabilidade também devem estimular seus clientes no sentido de eles tomarem iniciativas dessa natureza e implantarem sistemas de controles.
O que não considero justo é alguém dizer, sem fundamento, que uma empresa quebra porque seu Contador não orienta de forma correta o empresário ou a empresária.
Acredite, Contador não faz milagre!