O Orçamento de 2023 deve passar sem atender totalmente o reajuste salarial buscado pelos servidores públicos, mas pode abrir espaço para a negociação de algumas categorias que podem entrar novamente em greve no próximo ano caso não haja a correção dos valores.
O Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) do próximo ano, enviado ao Congresso, reservou apenas R$11,6 bilhões para os reajustes salariais no Executivo, mas sem citar quais as carreiras que serão atendidas.
Segundo afirmação do secretário especial do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, caso todos os cargos sejam contemplados já no começo de janeiro, os recursos reservados seriam suficientes para um aumento para todo o funcionalismo menor que 5%.
O relator do Orçamento do próximo ano, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), esclareceu que pretende buscar uma forma de aplicar um reajuste maior, com a proposta de igualar ao menos o percentual de correção dos salários do Executivo à proposta do Judiciário, de 9% em 2023 e 9% em 2024.
Sobre a falta de reajuste e a possibilidade de atenderem uma quantia bem inferior ao solicitado neste ano, o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, se posicionou:
“Vamos continuar conversando com o relator e os parlamentares para melhorar o número para todo mundo. Vamos trabalhar no Orçamento de 2023 para que o próximo governo, seja qual for, dê um reajuste emergencial para todo o funcionalismo federal”.
No primeiro semestre de 2022, os servidores do Banco Central (BC) entraram em greve por três meses solicitando reajuste salarial de 27%, o que não foi atendido. Atualmente um analista do BC recebe R$26 mil por mês, mas os salários não são reajustados há anos, nem mesmo para combater a inflação.
Uma nova greve no começo do ano não é descartada entre os servidores, que devem aguardar o novo governo para decidir qualquer movimento.