A preocupação com as práticas de ESG dentro das companhias já é uma realidade, uma vez que a comprovação de práticas sustentáveis, por meio de certificações, tem ajudado empresas na captação de investimentos.
Negócios de todos os tamanhos procuram se certificar com essa aprovação para expandir, buscando captar recursos que sejam voltados a contemplar empreendimentos verdes.
No Sistema B, por exemplo, que avalia aspectos de meio ambiente, comunidade, governança, funcionários e clientes, cresceu quase 260% o número de negócios certificados entre 2017 e 2022, indo de 60 para 215 empresas.
Uma reportagem do Estadão aponta que as certificações concedidas a cada ano também vêm aumentando e ganharam fôlego nos dois últimos anos: foram 29 em 2019, 39 no ano seguinte e 45 no ano passado.
De todo modo, é necessário tomar todos os cuidados para que o conceito não seja simplesmente da boca para fora.
Para o diretor administrativo da LexisNexis, Thiago Barbosa, é preciso ressaltar que o momento da due diligence deve ser antes da tomada de decisão para se fechar qualquer tipo de negócio com terceiros.
Para o diretor, a chave é estabelecer políticas sólidas e factíveis de governança corporativa.
“Caso contrário a organização corre riscos de sanções regulatórias de agências locais e internacionais e aplicação de legislação anticorrupção e PLD, e até mesmo perdas financeiras com judicialização e mesmo multas e penalidades nos âmbitos social, ambiental e de governança (ESG), entre outros riscos”, afirma Barbosa.
Dessa forma, grandes empresas têm estimulado e até cobrado a participação de executivos e executivas nesse processo.
Barbosa completa dizendo que o fundamental é o comprometimento e engajamento da alta e média direção da empresa. Se por algum acaso esses níveis não fizerem o seu papel de investir, incentivar, engajar e fiscalizar, as políticas relativas ao conceito ESG não irão se enraizar na empresa.
“As ações necessárias para o cumprimento dessa pauta passam por todos os níveis e, obviamente, a direção deve liderar o caminho”, pontua.
Para aproveitar suas oportunidades nesse campo, a LexisNexis – Nexis Solutions elaborou uma lista com 10 passos para criar uma verificação efetiva para due diligence do ESG e gerenciar os riscos reputacionais das empresas:
- Expanda seu processo de due diligence: o crescente escrutínio regulatório mostra que não é mais suficiente verificar a solvência de terceiros e o risco de lavagem de dinheiro. Você precisa de um processo de due diligence mais completo que inclua riscos ESG, mesmo que isso signifique reestruturar toda sua operação de compliance;
- Examine os terceirizados e prestadores de serviço: as empresas devem examinar seus fornecedores, agentes e parceiros de joint ventures para potenciais riscos de ESG, de preferência usando fontes confiáveis que não requerem questionários caros ou auditorias presenciais em cada um dos terceirizados. O monitoramento deve ser realizado antes do início de uma relação comercial e atualizado periodicamente;
- Faça com que o ESG seja parte de suas decisões de investimento: os investidores devem verificar se todos os ativos sob gestão que afirmam ser sustentáveis realmente atendem aos critérios de ESG e não estão servindo apenas para fazer um “greenwashing”. Caso contrário, os investidores correm o risco de serem punidos financeiramente por entidades e investidores ativistas.
- Compartilhe suas informações de ESG: as equipes de compliance devem compartilhar insights de seu gerenciamento de risco de reputação ESG com outras partes interessadas na empresa para permitir decisões orientadas por dados que mitiguem o risco e gerem lucro sustentável. Elas também devem estar preparadas para compartilhar informações com os órgãos reguladores, de fato, leis recentes exigem que as empresas relatem regularmente sobre seus direitos humanos e due diligence ambiental.
- Invista em dados que apontem caminhos no ESG: as empresas devem investir tempo e recursos para acessar um conjunto abrangente de fontes confiáveis e coerentes, alinhadas aos fluxos de trabalho de gerenciamento de risco, que abrangem diferentes aspectos do risco ESG. As empresas devem olhar além das fontes de dados tradicionais, como transações de clientes, para obter uma visão mais completa do risco ESG, incluindo notícias, dados da empresa, PEPs e listas de sanções, feeds de mídia social e muito mais.
- Faça sua due diligence de ESG baseada em risco: a legislação sobre due diligence obrigatória em direitos humanos geralmente estipula que os esforços das empresas devem ser proporcionais ao seu tamanho e aos riscos que enfrentam. Uma due diligence aprimorada deve ser realizada quando o setor ou a jurisdição de um terceiro sugerir um risco aumentado de falhas ESG – portanto, a cobertura global de dados é essencial.
- Meça o ESG de forma consistente: decida quais métricas você usará para medir o desempenho ESG em toda a empresa e quem na organização será responsável por verificar as declarações ESG. O ideal é que você use uma ferramenta que aplique uma metodologia de classificação consistente em todos os tipos de dados relevantes para ESG.
- Automatize a due diligence de ESG para decisões baseadas em dados: tecnologias sofisticadas de análise de dados podem ser aplicadas a esses dados para encontrar insights relevantes com muito mais eficiência e eficácia do que se a equipe procurasse manualmente uma entidade em várias fontes.
- Fique por dentro do regulamento de mudança: o risco ESG não fica parado, pois novas leis sobre direitos humanos obrigatórios e due diligence ambiental estão sendo aprovadas ou propostas todos os anos. As empresas devem ficar a par das regulamentações que as afetam e a terceiros, observando que algumas leis se aplicam internacionalmente.
- Defina diretrizes claras pela diretoria: a diretoria de uma empresa deve estabelecer expectativas com terceiros, clientes e funcionários de que a confiança e a transparência sobre ESG são necessárias para um relacionamento comercial ou de emprego contínuo. Algumas empresas até incentivaram um foco ESG – por exemplo, 27% das empresas estadunidenses listadas no índice US Russell 1000 vinculam o pagamento dos executivos aos critérios de desempenho ESG.
Com informações da NR7