MPEs devem se preparar para impacto da alta dos combustíveis em seus negócios

MPEs devem se preparar para impacto da alta dos combustíveis em seus negócios

Os donos dos pequenos negócios do país, que representam atualmente quase 99% de todas as empresas no Brasil, devem se preparar e se planejar para o reajuste dos combustíveis, que devem impactar diretamente nos custos operacionais e, portanto, no resultado financeiro.

Após dois anos de pandemia, o setor já está comprometido e buscando recuperação, mas devido a guerra entre Rússia e Ucrânia, e a consequente alta nos preços do barril de petróleo no mercado internacional, houve a disparada nos preços dos combustíveis no Brasil, impactando mais uma vez os negócios.

Na última semana, o consumidor deparou-se com reajustes na gasolina, diesel e gás de cozinha que variaram entre 18% e 25%, em média. 

De acordo com a 12ª edição da Pesquisa de Impacto da Pandemia nos Pequenos Negócios, realizada em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), os gastos com combustíveis, junto a insumos e mercadorias, foram citados como os que mais impactam os negócios por 63% dos microempreendedores individuais (MEI) e por 61% das micro e pequenas empresas. 

Somado esse custo às despesas com gás e energia elétrica, eles sobem para 76% (entre os MEI) e 77% para as MPE. 

Impacto do aumento dos combustíveis

O analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Weniston Ricardo, avalia que é hora de parar e analisar esse impacto da alta dos combustíveis nos negócios. 

“Principalmente aqueles empreendedores e empresas em que o custo dos combustíveis compõem parte significativa do custo de seus produtos e serviços”, declarou. 

Nesta análise, o especialista destaca que antes de repassar o aumento para o preço dos produtos e serviços, o empreendedor deve avaliar se o cliente vai conseguir absorver esse aumento. 

Caso contrário, essa decisão pode representar a perda do cliente e, consequentemente, a perda de receita do negócio. Outro ponto a ser considerado é a possibilidade de reduzir as margens de lucro pelo menos por algum tempo. 

No caso do impacto do aumento do combustível, Weniston explica que o empresário deve buscar identificar quais são os outros elementos de custos dos produtos e serviços passíveis de redução para compensar essa alta ou até mesmo verificar se é possível substituir o custo do combustível por outro de menor impacto. 

Como ficam as vendas online neste cenário

Os pequenos negócios que possuem grande volume de venda pela internet, e principalmente aqueles cujo modelo de 100% e-commerce, também precisam se preparar para enfrentar os reflexos no aumento dos custos dos fretes e das entregas. 

Nas plataformas de e-commerce e marketplaces o valor da entrega é, em geral, um valor pago à parte pelo comprador. Dessa forma, o aumento do custo do frete poderá diminuir a demanda por produtos online. 

O especialista do Sebrae alerta que antes de adotar uma política de “frete grátis” para determinadas localidades, mesmo que o preço do frete esteja embutido no valor do produto, é preciso rever essa estratégia. 

Para amenizar este impacto, antes de tomar qualquer decisão, o empreendedor precisa analisar a política adotada por cada marketplace e recalcular as suas margens versus o aumento do preço final do produto.

“A princípio, pode ser atraente para o consumidor, mas poderá onerar muito o preço final do produto e o consumidor poderá optar por adquirir esse item na concorrência, que pratica menor preço e possui menor custo de entrega”, finalizou Weniston.

Com informações Agência Sebrae

Fonte: https://www.contabeis.com.br

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