O segundo dia da CONESCAP e CONVECON trouxe um debates importante sobre o futuro qual o futuro econômico do Brasil no novo ambiente econômico mundial.
O evento iniciou a programação com um painel com Carlos Alberto Sardenberg, jornalista e âncora do programa CBN Brasil, Fábio Bentes, economista da CNC e Marcelo Lombardo, CEO da OMIE. O bate-papo foi mediado pelo presidente da Fenacon, Sérgio Approbato.
Sardenberg pontuou que o grande problema do Brasil é o crescimento baixo que se consolida como cenário mesmo antes da pandemia.
“Para mudar a situação do Brasil, é preciso ter um crescimento de 5% ao ano, portanto nós estamos muito atrasados, já que a média anual de crescimento do país é de 1%. E isso está presente no curto prazo, que é 2022 e 2023”, disse o jornalista.
Ele também apontou reforçou que a necessidade de melhorar o ambiente de negócios do país para que, a longo prazo, o Brasil possa ter um desempenho econômico melhor.
“O que precisamos para ter um futuro brilhante e de crescimento acelerado, é melhorar o ambiente de negócios para o setor privado. O crescimento econômico brasileiro tem que ser puxado pelo setor privado, não pelo público. Para isso, nós precisamos diminuir o estado com privatizações e também de uma reforma administrativa. Além disso, precisamos facilitar a vida das empresas, começando por uma reforma tributária”, explicou.
Durante o painel, o economista da CNC, Fábio Bentes, também levou para discussão os desafios do mercado de trabalho, a dificuldade de aumentar a produtividade do trabalhador e como reverter esse cenário de 49 anos de estagnação.
ESG e a Contabilidade
Em seguida, subiram ao palco para falar de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) e a Contabilidade – relato integrado e contabilidade tridimensional, Vania Maria da Costa Borgerth, membro do Comitê de Auditoria do Banco Santander Brasil e Marcella Ungaretti, Head de Investimentos sustentáveis da XP Investimentos. Benedicto David (Sescon-SP) foi moderador do painel.
“Por parte dos investidores, a gente tem observado que existe um fluxo de capital que está direcionado para as companhias e para os investimentos que estão alinhados com a temática ESG. Esse movimento tende somente a acelerar e existe também o movimento bastante claro por parte dos consumidores, as gerações mais recentes têm preocupação com essa pauta e isso influencia a decisão delas em termo de consumo, o que na ponta final da companhia também está surtindo efeitos”, explica Marcella Ungaretti.
Outras razões que a especialista menciona que estão desempenhando papel importante sobre ESG, são a regulação que força cada vez mais os tópicos do assunto na agenda dos investidores e que ESG tem sido particularmente eficaz na geração de retorno acima do mercado.
Foto: Thiago Rodrigues/ Portal Contábeis
Cibersegurança
Na parte da tarde, a discussão foi sobre tecnologia e cibersegurança – ataques cibernéticos, invasão de servidores e sequestro de dados
Emerson Wendt, secretário de Segurança Pública de Canoas-RS na Prefeitura Municipal de Canoas, foi convidado pela convenção e debateu o assunto com Clayton Lourenço, DPO da IOB, e a Dra. Patrícia Peck Pinheiro, advogada especialista em Direito Digital, CEO e sócia fundadora do Peck Advogados e Presidente do Instituto iStart de Ética Digital.
Durante a apresentação, Clayton apontou como os ataques mudaram com a pandemia e que a ação dos criminosos aumentou 36% de 2020 para 2021. Além disso, o tempo médio para identificação do ataque subiu para 197 dias. O home office também foi vilão neste tema, sendo responsável por um aumento de 92% nesse tipo de crime.
O secretário de Segurança Pública e delegado, aproveitou para mostrar a realidade do aumento de estelionatos no Sul envolvendo crimes cibernéticos.
“A situação motivou também o Congresso Nacional a criar um tipo penal específico no estelionato, justamente esse praticado pela rede mundial de computadores, com uma pena que vai de quatro a oito anos de prisão”, explica o Emerson que também pontou as motivações desse tipo de crime.
“Temos motivações ideológicas, políticas e até mesmo o chamado ativismo. Mas nós temos como principal motivo a lógica do dinheiro. O criminoso age muito para captura de dados para que eles possam gerar um valor alto, ele trabalha esses dados pra venda e até uma possível extorsão”, pontua o delegado e secretário.
Soft skils e inteligência emocional corporativa
Andrea Iorio, escritor best-seller, ex-diretor do Tinder e CDO na L’oreal, deu sequência a programação da CONVECON e CONESCAP neste segundo dia discutindo as Soft Skills – Impacto da tecnologia no campo da inteligência emocional e habilidades.
Durante o painel, o especialista ressaltou que em uma situação de grande mudança é preciso fazer três coisas: pensar de forma diferente, agir de forma diferente e engajar de forma diferente. “Precisamos passar por uma transformação cognitiva, ou seja, de como as soft skills ajudam a pensar de forma diferente e tomar decisões de forma diferente”, pontuou.
Ele ainda aconselhou que não se pode mais ter uma mentalidade do expert, pois é uma herança de uma geração que tolerava e só priorizava habilidades técnicas, mas que é preciso uma mente de principiante.
“É uma mente que pega todas as crenças, preconceitos, camadas de educação, experiências vivida, habilidades técnicas e não as usa como respostas cegas para tudo, mas como ponto de partida para uma reflexão constante se elas estão alinhadas com o mundo da tecnologia , do cliente e do consumidor. E se em algum momento nossa taxa de mudança como profissionais e como empresas de contabilidade estiver inferior a taxa de mudança externa, é só fazermos a conta , a gente corre o risco de ficar para trás. A mente de principiante é trazer para dentro dos negócios muitas vezes técnicos , uma pitada de humanização”, explicou Andrea.
Confira o vídeo de como foi os dois primeiros dias da CONESCAP e CONVECON: