Disrupção: inovação sem volta

Disrupção: inovação sem volta

A “palavra da moda” mais utilizada nos últimos anos no mundo dos negócios, não necessariamente, no ambiente das empresas de tecnologia, é a disrupção.

O criador da palavra, Clayton Christensen, a define como sendo uma inovação em produto ou serviço que cria um mercado e desestabiliza os concorrentes que antes o dominavam.

Pensando nisso, os Conselhos de Contabilidade dos dez Estados e o Distrito Federal que compõem a Amazônia Legal, realizaram no final do último mês de novembro na cidade de Caldas Novas-GO, o 10º Encontro de Contabilidade da Amazônia Legal.

O evento tem como principal objetivo abordar temas de alta relevância para os profissionais e acadêmicos de contabilidade de todo país. E este ano o encontro teve como tema “A retomada disruptiva na era da tecnologia”.

Em relação ao tema, a contabilidade há muito tempo não está alheia a inovação disruptiva. Estou dizendo, a contabilidade, não o empresário contábil, visto que muitos destes são aversos a disrupção. Prova disso é o fechamento de inúmeros escritórios.

Com a disrupção vem também o conceito de ecossistemas empresariais, que segundo estudos da empresa Deloitte é uma tendência para o futuro do mercado de trabalho, pois consiste em pensar em um negócio não apenas como parte única, mas como um pedaço de um ecossistema de negócios tais como produtores, fornecedores e concorrentes.

No evento realizado na cidade goiana vários palestrantes alertaram os presentes de que a indústria da tecnologia tem encontrado no mercado contábil um grande filão para amealhar muito dinheiro.

Diante dessa constatação e sabendo que a contabilidade digital já é a muito tempo uma realidade, não pode o empresário contábil ficar de braços cruzados ou na mesmice desde os tempos dos guarda-livros.

Mesmo assim, ainda há empresário contábil escondido atrás de pilhas de papel, sufocado com prazos cada vez mais curtos para cumprimento de obrigações acessórias.

Nos tempos atuais, ainda é comum vermos a relação entre profissional da contabilidade e empresário se resumir ao envio de notas emitidas e recebimento de guias para pagamento de impostos.

Esse profissional não pode se ater somente a isso, pois tem muito mais a oferecer a seu cliente, como por exemplo oferecendo soluções (assessoria) para a boa gestão da empresa.

Digo para aqueles fissurados em obrigações acessórias, que os dias estão contados pois as administrações tributárias dos entes da federação estão trabalhando, criando ferramentas, para extinguir esse trabalho hoje realizado pelo profissional da contabilidade.

E quando o envio de obrigações acessórias deixarem de ser exigida pelos fiscos. O que será desse profissional?

É notório que a emissão de guias e outras rotinas contábeis são, cada vez mais, tarefas atribuídas às máquinas, com algoritmos substituindo humanos. 

O Brasil hoje possui quase uma centena de empresas de contabilidade online e elas estão a passos largos tomando espaço de empresas com mentalidade tradicional.

Isso acontece porque muitos empresários do ramo contábil não conseguem fazer com que seu cliente enxergue a importância estratégica da contabilidade para o seu negócio.

Imagina você, empresário, que mensalmente paga honorários razoáveis para receber os serviços do escritório de contabilidade e no final das contas o escritório se limita a emitir guias, sem que ao menos o empresário contábil apresente estratégias para melhoria do seu negócio.

O que você faria se surgisse empresas de contabilidade online que cobram valores reduzidos para fazer o mesmo tipo de serviço?

Sendo assim, o empresário contábil deve atentar para a revolução tecnológica que cada dia mais avança devorando os serviços que são prestados braçalmente. A disrupção vem trazendo mudanças profundas na forma de enxergar o mundo dos negócios e muitos empresários não conseguem enxergar isso.

A quarta revolução industrial já está a muito tempo batendo em nossas portas, visto que seu foco é a melhoria da eficiência e produtividade dos processos. É bom lembrar que há muito tempo deixou de ser novidade ouvirmos falar em inteligência artificial, robótica e internet das coisas.

Hoje os termos tecnológicos utilizados são outros, basta ver a Blockchain que está aí para facilitar os processos, o Redash, o Superset e o Metabase que são ferramentas para análise de qualidade de dados com o objetivo de orientar o processo de tomada de decisão e eficiência da gestão de negócios.

Então, diante de toda essa revolução não pode o empresário contábil se contentar em permanecer na mesmice. Porque senão sabemos onde seu negócio vai parar.

Para permanecer na crista da onda, deixe que as tecnologias façam o trabalho operacional e você, empresário contábil, amplie o relacionamento com seu cliente, pois o profissional da contabilidade possui todas as condições de ser um parceiro estratégico se aproximando do cliente, para oferecer orientação e fornecer informações de valor para o sucesso da empresa atendida.

Quanto a melhoria da eficiência operacional do negócio, umas das primeiras mudanças a serem feitas é aumentar a sua produtividade interna, reduzindo custos.

Portanto, tenha em mente, profissional da contabilidade, que o seu papel central nessa mudança de paradigma é o constante relacionamento propositivo com o cliente, visto que máquina ou revolução nenhuma será capaz de substituí-lo.

 

Fonte: https://www.contabeis.com.br

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