A crescente complexidade das mudanças contínuas da legislação brasileira dificulta o conhecimento permanente e aprofundado das normas por grande parte dos contadores. Seja no âmbito federal, estadual ou municipal, essas alterações exigem uma atenta administração dos tributos fiscais e da folha de pagamento das empresas por parte dos gestores da contabilidade, pois acarretam riscos que podem representar impactos negativos para os contratantes, além de multas.
Assim, é cada vez mais necessário que a contabilidade assista seu cliente de forma adequada, atualizada e dentro dos prazos legais, oferecendo informações claras, precisas, objetivas e customizadas. Isso faz com que muitos contadores e
empresários invistam em tecnologia e tentem “fugir” do sistema tradicional e até conservador de contabilidade.
Mas nada disso é inovador. Por mais “online”, digital e até consultivo que seja o serviço de um contador, esse profissional, em geral, continua atuando no modelo de linha de produção fordista, sem conseguir demonstrar o seu real valor ao usuário final do serviço: seus clientes e os gestores de empresas de maior porte.
Um conceito novo que pode reinventar o serviço do contador e aí sim se caracterizar pela inovação é o da “produtização”. Muito comum e usado em outras áreas de prestação de serviço, a divisão do “fardo” em produtos pode ser uma saída para evitar o risco de perder clientes que não necessitam do pacote completo de contabilidade ou que apenas pretendem expandir a atuação com um determinado produto.
Esse novo conceito não vende a contabilidade em si, como pacote único. Nele, você lista os produtos que quer ofertar de forma segregada e melhora o atendimento em setores específicos. É possível vender separadamente balancetes, folha de pagamento, consultorias específicas, ERP em nuvem, entre outros serviços, com a opção ainda de contratação de um único produto ou de um pacote com duas ou mais opções de serviços, personalizados à necessidade e demanda do contratante.
A mudança gerada pela produtização é mais do que inovadora: é lucrativa. Ela é necessária, porque atrai o cliente para comprar o que melhor poderá atendê-lo, conforme sua necessidade. E é um método que mantém o contador mais atualizado e presente, identificando as urgências do contratante, entregando resultado com mais agilidade e eficiência e, por fim, gerando mais valor agregado para o seu trabalho.
Guilherme Baumworcel é contador formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e CEO da fintech Rupee, plataforma que une metodologia ágil e inteligência artificial em nuvem para o back-office de empresas e escritórios contábeis.
Fonte: Por Guilherme Baumworcel, contador e CEO da fintech Rupee