Reajustes salariais ficam abaixo da inflação em setembro, aponta Fipe

Reajustes salariais ficam abaixo da inflação em setembro, aponta Fipe

O boletim Salariômetro, divulgado nesta sexta-feira (22) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apontou que dois terços dos reajustes salariais negociados em acordos e em convenções coletivas ficaram abaixo da inflação de setembro.

Os dados mostram que apenas 9,5% das negociações trabalhistas resultaram em ganhos reais (acima da inflação) e 23,5%, em ganhos iguais ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Entre os setores que conseguiram reajuste acima da inflação estão: gráficas e editoras e artefatos de borracha. Ambas registraram um aumento real de 0,1% (veja tabela abaixo).

O professor sênior da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo (USP), Hélio Zylberstajn,  diz que a inflação no país está tão alta que, por mais que o trabalhador consiga um reajuste salarial, está cada vez mais difícil conseguir um percentual suficiente para alcançá-la.

“A perda salarial durante as negociações se deve a dois fatores: a desocupação que tira o poder de barganha do trabalhador e a inflação que corrói os salários. É o pior dos mundos”, explica o professor, que coordena o boletim.

Zylberstajn afirma também que, em um contexto de crise econômica e alto índice de desemprego, os sindicatos não têm força para fazer greve, tampouco para reivindicar condições melhores para os trabalhadores.

Neste caso, funciona a regra da oferta e demanda: quando mais profissionais buscam emprego, piores são as condições oferecidas também aos que já estão trabalhando.

Reajuste salarial 2022

Para o próximo ano, o coordenador da pesquisa prevê um cenário conturbado até o fim do primeiro trimestre, uma vez que as previsões para a inflação continuam altas até março. A virada do jogo depende, segundo ele, da estabilidade política e econômica do país.

Em setembro, o reajuste médio negociado foi de 8%, enquanto o INPC no acumulado de 12 meses ficou em 10,4%. O piso salarial mediano foi de R$ 1.255 em setembro, enquanto o piso médio foi de R$ 1.396.

Para o próximo ano, o coordenador da pesquisa prevê um cenário conturbado até o fim do primeiro trimestre, uma vez que as previsões para a inflação continuam altas até março. A virada do jogo depende, segundo ele, da estabilidade política e econômica do país.

Fonte: https://www.contabeis.com.br

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