Grupos de motoristas estão criando plataformas próprias para trabalhar como alternativa aos aplicativos de transporte, que registraram muitas reclamações de usuários com dificuldades para conseguir corridas.
O aplicativo 7Move é um dos exemplos dessa organização da categoria. Ele foi criado em Belo Horizonte por três motoristas. A ideia surgiu a partir dos interesses e experiências dos profissionais com os aplicativos tradicionais.
“O primeiro mês do motorista é gratuito, para ele conhecer o sistema, do segundo ao sexto mês ele paga R$ 30 mensais, e a partir do sétimo mês ele passa a pagar R$ 30 por semana, o que dá R$ 120 por mês”, explica Rodrigo Vieira, um dos criadores do aplicativo na capital de Minas Gerais, em entrevista à Folha.
A plataforma já está em funcionamento desde junho d atua hoje na capital mineira e mais dez cidades vizinhas. De acordo com a empresa, há 2.000 motoristas e quase 10 mil passageiros cadastrados.
Rodrigo afirma que ainda em setembro a plataforma passará a atender toda a região metropolitana de Belo Horizonte e as cidades de Sete Lagoas, Itabirito, Itaúna e Santa Bárbara.
Em Campo Grande (MS) o movimento da categoria também está acontecendo. O aplicativo Mou Driver tem a mesma proposta de cobrar um valor fixo mensal dos motoristas. Além disso, o valor das viagens para os passageiros é padronizado, sem grandes variações de acordo com os horários de pico, como é comum em outros apps.
“A ideologia do nosso negócio é fazer uma tarifa mais justa para o passageiro e mais lucrativa para o motorista. O nosso grupo não concorda que a plataforma, a empresa, ganhe sobre o faturamento do motorista”, afirma Luciano Alves, um dos criadores e administrador do Mou Driver.
O i-mobile surgiu no Sergipe, a partir da organização de motoristas que inicialmente haviam se articulado em uma associação, depois transformada em cooperativa, para fornecer pontos de abastecimento por um valor mais acessível.
Josean dos Santos, presidente da Associação Sergipana dos Motoristas Autônomos por Aplicativos (ASMAA), afirma que a ideia surgiu de uma insatisfação dos motoristas com os aplicativos com os quais trabalhavam. O aumento do preço dos combustíveis, do seguro e da manutenção dos veículos agravou a situação, diz ele, levando o grupo a criar sua própria plataforma.
O i-mobile cobra uma taxa de 10% sobre as corridas realizadas. Segundo a empresa, há 1.872 motoristas e 6.000 passageiros cadastrados. A plataforma atua em Aracaju e mais 36 municípios de Sergipe, Itapetinga (BA) e Fortaleza (CE).
Na semana passada, Uber e 99 anunciaram aumento no repasse a motoristas devido à alta nos preços dos combustíveis. Na 99, o aumento foi de 10% a 25%, válido para mais de 20 regiões metropolitanas, incluindo Belo Horizonte, São Paulo, Salvador e Brasília. Na Uber, o reajuste será de até 35%.
Fonte: com informações da Folha de S.Paulo