Mais trabalhadores optaram pelo saque-aniversário do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) em 2021.
Os números mostram que, neste ano, o trabalhador já movimentou R$ 8,1 bilhões até o mês de agosto. Em 2020, foram R$ 8,4 bilhões no ano inteiro.
Ao todo, os trabalhadores sacaram R$ 16,5 bilhões durante a crise provocada pela pandemia de coronavírus.
A expectativa do governo é de que o total de saques em 2021 chegue a R$ 12 bilhões – recursos que vêm funcionando na pandemia como um “amortecedor” da crise econômica.
Quase 13 milhões de trabalhadores já aderiram à modalidade, de acordo com balanço do Ministério da Economia obtido pelo Estadão.
Adesão ao saque-aniversário
Os primeiros saques da modalidade começaram em abril de 2020, o que coincidiu com o início dos primeiros efeitos da pandemia na economia. Mas as adesões tiveram início em 2019, quando foi reformulada a sistemática de movimentação das contas – que passou a permitir também ao trabalhador utilizar o dinheiro que tem no FGTS como garantia para operações de crédito nos bancos com taxas mais baixas.
Até agosto, foram feitas 5,22 milhões de adesões de trabalhadores ao saque-aniversário e realizadas 10,3 milhões de operações de retirada de dinheiro. A média de saque no ano está em R$ 787 por trabalhador.
Caso a estimativa de retirada para 2021 se confirme, a média de saque chegará a R$ 930 por trabalhador, considerando o total de 12,9 milhões de adesões até o momento, o que representa um valor de saque médio um pouco abaixo de um salário mínimo (hoje, em R$ 1,1 mil). Em 2020, os saques chegaram a R$ 8,41 bilhões, com saque médio de R$ 1.178 por trabalhador.
“Foi um importante instrumento para suavizar a trajetória de consumo num momento de crise”, diz o secretário de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, cuja equipe desenhou com a Caixa o novo FGTS.
Segundo ele, o aumento dessa opção aconteceu mesmo com a crise, quando os trabalhadores têm mais medo de perder o emprego. O cotista que opta pelo saque-aniversário continua tendo direito à multa de 40% em caso de demissão, mas perde o direito de retirar o saldo total da conta do FGTS ao ser demitido.
“Não recomendo sacar o fundo se não tiver uma real necessidade, porque como diz a música ‘dinheiro na mão é vendaval’. É melhor deixar para o momento que precisar”, afirma o presidente do Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador, Mario Avelino. “Só recomendo se a pessoa tiver com a corda no pescoço ou se tiver um projeto, como reformar a casa”, diz.
Saque aniversário FGTS
O saque-aniversário permite que o trabalhador faça uma retirada por ano de parte do valor das contas do FGTS de acordo com o mês em que nasceu.
Ele deve informar sua escolha pelo saque-aniversário até o último dia do mês de seu aniversário para receber no mesmo ano de adesão.
Os trabalhadores podem realizar a opção pelos canais de atendimento: aplicativo do FGTS e site da Caixa. Quem tem conta poupança ou conta corrente na Caixa ou em qualquer outro banco pode solicitar o crédito em conta.
O valor do saque anual é um percentual do saldo da conta do trabalhador, sendo:
- Até 500,00: 50,0%
- De 500,01 até 1.000,00: 40%
- De 1.000,01 até 5.000,00: 30%
- De 5.000,01 até 10.000,00: 20%
- De 10000,01 até 15.000,00: 15%
- De 15.000,01 até 20.000,00: 10%
- Acima de 20.000,01: 5%