O ano de 2023 foi marcado por uma revolução nos desafios enfrentados pelas grandes empresas brasileiras, com gigantes como o Grupo Americanas e a Magalu encontrando-se em uma encruzilhada crítica. Segundo o Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian, a inadimplência, iniciada em 2021, atingiu um ponto crítico no terceiro trimestre de 2023, com um aumento explosivo de 51,4% nas solicitações em relação ao ano anterior (162 solicitações registradas).
No biênio 2020-2021, uma inundação de liquidez permeou o mercado brasileiro, impulsionada por cortes abruptos nas taxas de juros. Esse fenômeno facilitou o surgimento de novas empresas e incentivou a expansão operacional das existentes, com destaque para o setor tecnológico. Contudo, o crescimento acelerado nem sempre foi acompanhado por uma gestão eficiente.
Paralelamente, governos, especialmente no Brasil, implementaram políticas econômicas para amparar empresas e trabalhadores em risco de desemprego. Essas medidas resultaram em um aumento temporário no consumo, atingindo um pico no ano seguinte à pandemia.
Em 2022, iniciou-se um período de ajuste, marcado pela absorção do excesso de capital e pela restrição do investimento disponível, afetando a capacidade das empresas de manterem seus investimentos em crescimento. O aumento da inflação gerado pela desorganização das cadeias logísticas e do consumo fez com que o Banco Central aumentasse a taxa básica de juros. Esse cenário transformou o crédito em escasso e caro, além de ter afugentado os investidores de riscos para instrumentos de renda fixa mais seguros. Com isso, aquelas empresas que não priorizaram a eficiência operacional passaram a enfrentar dificuldades significativas, resultando no aumento do número de empresas buscando a recuperação judicial como artifício para sobrevivência.
De acordo com Goldwasser Neto, co-fundador e CEO do Accountfy, uma plataforma SaaS de gestão e performance financeira, “A confiança dos agentes econômicos sofreu uma queda acentuada, refletida na redução dos investimentos e no consumo cauteloso. As decisões de compra se tornaram mais complexas, e a disposição para gastos e investimentos, mais restrita. A recuperação judicial, embora uma ferramenta de proteção, requer uma gestão mais eficiente para que as empresas possam honrar seus compromissos futuros”.
Ainda de acordo com o especialista, é observado que empresas que nunca focaram em eficiência operacional devido à liquidez abundante enfrentam mais desafios no processo de recuperação. A criação de uma cultura de gestão financeira eficiente é essencial para o sucesso a longo prazo.
Em diversas instituições, como no caso Americanas, o problema se iniciou devido a erros nos registros contábeis, o que revela o uso indevido de planilhas na gestão financeira e ilustra um problema significativo no cenário corporativo: a dependência de controles manuais e sem rastreabilidade, propensos a erros e manipulações.
Esses casos destacam o risco de se apoiar em sistemas não robustos para administrar informações financeiras críticas, especialmente em empresas de grande porte, apontando um cenário preocupante para micro, pequenas e até grandes empresas que passaram a buscar mudanças na gestão financeira visando diminuir erros manuais e manipulações.
“O interesse por ferramentas de gestão financeira tem crescido, impulsionado não apenas por empresas em recuperação judicial, mas também por aquelas que buscam melhorar sua performance e governança. A transparência e a eficiência financeira são agora demandas crescentes de credores, gestores e conselhos de administração, essenciais para a organização e sucesso empresarial”, comenta Goldwasser.
A criação de uma cultura de gestão financeira eficiente é essencial para o sucesso a longo prazo. A busca por eficiência operacional e financeira tornou-se uma questão de sobrevivência, e ferramentas de gestão financeira eficazes são fundamentais na nova era de responsabilidade corporativa.
Fonte: Braun Comunicação Integrada
Fonte: https://www.contabeis.com.br