As empresas brasileiras enfrentam um ano de 2023 difícil, com aumento da inadimplência, uma seca nos mercados de capitais e incertezas macroeconômicas. No entanto, a expectativa é que a situação melhore no próximo ano.
De acordo com um levantamento realizado pelo Centro de Estudos de Mercado de Capitais (Cemec-Fipe), a inadimplência das empresas deve continuar subindo este ano, mas deve mudar em breve. A queda da Selic, que já começou a ocorrer, deve ajudar a reduzir o custo do crédito e, consequentemente, a inadimplência.
O crédito às empresas também deve aumentar no próximo ano. A expectativa é que o crédito livre, que é o crédito concedido pelos bancos sem a necessidade de garantias do governo, cresça 7,7% em 2024. O crédito direcionado, que é o crédito concedido pelo governo a setores específicos da economia, deve crescer 7,9% no mesmo período.
“Embora a modesta recuperação da oferta de crédito privado a partir de março tenha revertido a tendência rumo a uma crise de crédito, existe ainda parcela considerável de empresas com dificuldades de rolagem de dívida e atendimento aos seus compromissos financeiros. Nossas projeções indicam alguma continuidade do aumento da inadimplência nos próximos meses, com provável reversão a partir do início de 2024”, afirma o coordenador do Cemec-Fipe, Carlos Antonio Rocca.
Além da queda da Selic, outros fatores devem contribuir para esse cenário, como o crescimento da atividade econômica e a melhora do ambiente de negócios.
“As taxas de juros de recursos de crédito bancário e do mercado de capitais já iniciaram movimento de queda antes mesmo da redução da taxa Selic em agosto, refletindo as quedas das curvas de juros. Nossas projeções indicam a queda do custo médio de dívida das empresas daqui por diante e especialmente no primeiro semestre de 2024”, explica.
Com informações adaptadas do Valor Econômico