Se você ainda não escutou esse termo está na hora de correr atrás. Diversos dados disponíveis no mercado, mudanças de comportamento e a pressão social por mudanças são elementos essenciais que nos fazem entender essa incrível mudança.
O poderoso Triple Bottom Line
As empresas não podem somente criar valor econômico. Elas precisam criar valor social e valor ambiental. Do ponto de vista da gestão e da governança corporativa, o Triple Bottom Line causa uma mudança disruptiva e histórica: as empresas deverão ser multistakeholder.
Durante os anos da Revolução Industrial, o foco das organizações era gerar valor econômico e financeiro para os donos e acionistas da companhia.
A Revolução Digital traz a pessoas de todo o mundo o poder de se comunicar, questionar e influenciar outras pessoas em relação a seus desejos e necessidades. Esse poder maximizou dois elementos culturais que já vinham acontecendo há décadas:
- Inclusão social e valorização da diversidade: esse elemento cultural foi potencializado pelo poder individual das pessoas e uma mudança global dessa perspectiva fez com que diversas empresas se agarrassem a esses elementos.
- Ecossistema ambiental e aquecimento global: esse elemento tem referências históricas icônicas, como a realização da Eco-92, no Rio de Janeiro, o Protocolo de Kyoto e o Acordo de Paris. Assim como o fator anterior, companhias se conectaram a essa temática, fazendo com que suas decisões e posicionamento considerem o impacto ambiental de sua operação como elemento estratégico.
Ambos os elementos têm ganhado escala global e causado tensões em diversos países por uma parte da sociedade voltada a defender aspectos mais conservadores.
De qualquer maneira, o número de consumidores que considera esses dois fatores como elementos essenciais na sua escolha de compra cresce anualmente.
O Tripple Botom Line facilita o C-Level a criar uma estratégia que considere elementos econômicos, sociais e ambientais.
Os fundos ESG confirmam essa realidade
Os fundos de investimento ESG são fundos que consideram em sua análise 3 elementos: Environmental (Ambiental), Social (Sociedade) e Governance (Governança Corporativa).
Esses fundos já são uma realidade na Europa, Estados Unidos e Ásia e, desde 2019, começaram a se estruturar no Brasil. No ano de 2020, os fundos apresentaram um enorme crescimento, e em 2021 seguramente apresentará uma alavancagem exponencial.
Se de fato o dinheiro guia os negócios, a pressão social e o crescimento dos fundos ESG estão pressionando empresas de todo o país a desenvolverem seu planejamento estratégico considerando o pilar ambiental, o pilar social e o pilar de governança.
Discutindo no detalhe o fato ambiental, podemos considerar algumas tendências que se destacam na discussão:
– o impacto ambiental da operação da empresa e qual a estratégia de redução
– o investimento da busca de materiais menos poluentes que os materiais atuais
– o investimento em uma estrutura energética menos poluente
– o investimento na preservação ambiental no entorno
– o posicionamento da marca como uma marca que procura se associar ao pilar ambiental
Em relação ao fator social, podemos citar 1 elemento específico que é base da mudança social que encontramos na nossa sociedade. A valorização da diversidade cultural, racial e de gênero tem sido discutida dentro de diversas organizações, implementada por algumas e comunicada por outras, como uma estratégia de marketing clara em correlacionar o atributo “diversidade” com a própria marca.
Por fim, o fator relacionado a Governança Corporativa considera os elementos da organização da gestão, do respeito às leis do país e com um forte elemento ético que deve fazer parte da cultura da companhia.
Considerando esses três elementos, os fundos ESG têm como foco investir em companhias que consideram o Triple Bottom Line como essencial a sua estratégia.
Por onde começar a implementação do Triple Bottom Line
É essencial que comece pela liderança. Não irá começar por lugar nenhum, se não na liderança. O planejamento estratégico das companhias precisa utilizar novas ferramentas que considerem o Triple Bottom Line em sua essência.
No próximo artigo, vamos falar sobre como o BSC, um elemento estratégico utilizado por companhia em todo o mundo, se transformou para atender às mudanças sociais dos dias de hoje.