Ser dono da própria agenda de trabalho não é mais luxo de médico que atende em consultório ou advogado bem-sucedido. Pelo contrário, a exemplo do que já acontece nos Estados Unidos e na Inglaterra, tem gente se tornando autônomo para conseguir dar alçadas mais satisfatórias na carreira ou ainda para explorar mais opções profissionais.
No Brasil, a tendência pela ‘pejotização’ vem se fortalecendo desde 2016. Segundo o Sebrae, já são quase 20 milhões de micro e pequenas empresas. A maioria delas não tem funcionários e cerca de 80% faturam até R$ 30 mil por mês.
Está cada dia mais evidente que atuar como PJ (pessoa jurídica) não é mais sinônimo de precariedade ou inconstância. Para muitos profissionais é solução e estilo de vida, atuando de qualquer lugar, com mais clientes e horários flexíveis.
Se de um lado profissionais liberais prestadores de serviço se sentem mais livres, de outro eles precisam arcar com a burocracia e com o fisco. Abrir a empresa pode ser um pesadelo e a lista de impostos e obrigações pode assustar. Segundo o IBPT, 74% das micro empresas brasileiras terminam pagando mais impostos do que o devido por Lei, o que torna fundamental contar com a assessoria de um bom profissional contábil.
Para os contadores o cenário também é desafiador: atender o fisco toma tempo e a consultoria para os clientes pequenos fica sempre para depois. Até existem empresas de contabilidade online, mas o excesso de automação eleva o risco de erros fiscais e inviabiliza a orientação personalizada que esses profissionais precisam..
O mercado pedia uma solução para dar fluidez à contabilidade e serviços financeiros aos PJs. A fintech Fica Tranquilo (https://ficatranquilo.com.br/) entendeu o recado, e mudou sua estratégia de jogo. Se antes fazia a contabilidade dos profissionais PJs, agora entra em quadra para otimizar a integração entre profissionais autônomos e contadores.
“A Fica Tranquilo acaba de se tornar a primeira rede inteligente de contadores associados no País, com estratégia vertical e segmentada para o público de profissionais autônomos, liberais e freelancers. Queremos funcionar como um marketplace de serviços para o público PJ”, explica o CEO Davi Gonçalves.
Na prática, fintech usa sua estrutura de marketing, tecnologia embarcada e parcerias estratégicas para fazer a ponte entre PJs, que demandam atendimento dedicado e serviços específicos, e contadores, habilitados a prestarem serviços de abertura, contabilidade, BPO e consultoria personalizada.
Qual a solução?
Os clientes podem abrir suas empresas gratuitamente e são imediatamente conectados a contadores em regiões próximas à empresa e familiarizados com o setor. Por exemplo, se um dentista ou desenvolvedor de TI mora no interior de Minas Gerais, a fintech sugere um escritório na região mais experiente na área da saúde e tecnologia. “O conhecimento do setor e da regionalidade são importantes no exercício da contabilidade”, lembra Gonçalves.
Para os PJs, o serviço funciona com planos que incluem a abertura gratuita da empresa, todo o serviço de contabilidade, atendimento na plataforma, virtual ou presencial, acesso ao marketplace, conta digital e emissor de notas fiscais.
Além disso, é possível contratar seguros, consultoria financeira e crédito. A plataforma permite realizar todas as operações e pagamentos, também na versão mobile.
Do valor total dos planos cobrados dos clientes via plataforma, uma parte é reinvestida em crescimento e, dos ganhos, 50% vai para o contador responsável pelos clientes, contribuindo continuamente com seu crescimento. “Essa abordagem vai reduzir a inadimplência no setor, melhorar as margens e fazer muitos escritórios crescerem em um cenário cada vez mais competitivo”, garante Gonçalves.
Para os escritórios de contabilidade associados, é possível acessar os principais dados dos clientes e prestar um atendimento dedicado de qualquer lugar. “Isso facilita muito o trabalho do contador, que deixa de olhar para operação e foca no atendimento e na estratégia do seu negócio”, explica o CEO Gonçalves.
Atendimento mais próximo e mais humano
Ao colocar escritórios reais a serviço do cliente, a Fica Tranquilo traz de volta o fator humano para o atendimento – o que é raro nas plataformas de contabilidade online mais comuns.
Na visão de Hélio Donin, diretor de tecnologia da Federação das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), a fintech coloca a tecnologia a serviço da expertise humana dos contadores e das necessidades mais urgentes dos ‘pejotas’. “É um modelo muito similar ao da XP. Na hora que contadores e ‘pejotas’ enxergarem essa proposta, vão correr para ela”, acredita.
Quem já aderiu à fintech é Douglas Leandro, prestador de serviço para o sistema bancário. Cliente há mais de três anos, ele conta que a contadora que o atendeu conseguiu registrar a empresa em um formato que lhe permitiria pagar a menor quantidade de impostos possível, tudo dentro da lei. “Foi um tratamento humano! Eles entenderam o meu lado e conseguiram o tipo de registro legal que era o melhor pra mim naquele momento, em vez de só registrar”.
Pouco tempo depois, ele foi lembrado pela própria fintech de que teria direito a uma restituição maior no Imposto de Renda devido ao tipo de atividade à qual sua empresa estava registrada.
Escritórios de contabilidade de qualquer região do País podem se cadastrar na base – a permanência nela, no entanto, vai depender da avaliação que receberem dos clientes ao longo do tempo.
Os desafios da vez
“Como toda fintech, a Fica Tranquilo precisa de um time robusto para otimizar a experiência de uso dos produtos e serviços”, admite Gonçalves.
Renato Lucena, empresário contábil de Brasília e pioneiro na rede, adiciona que administrar a qualidade do atendimento dos contadores é outro desafio. “É compliance. Temos que garantir que a linguagem do contador, na ponta, estará alinhada, e que vai funcionar bem”.
Com crescimento médio anual acima de 100% desde 2016, a Fica Tranquilo fechou 2020 com crescimento de 73% em plena pandemia, superando a marca de 2 mil clientes e tornando-se um dos maiores players do setor. “Isso é só o começo. Com a operação em rede, o céu é o limite”, garante Davi Gonçalves.
