Um novo levantamento revelou que, apesar de serem essenciais para o bom desempenho das empresas, 79% dos contadores brasileiros não se sentem valorizados em sua profissão.
Esse foi o resultado revelado pela pesquisa “Contador, o parceiro essencial para o sucesso das empresas”, realizada pela IOB, smart tech que une conteúdo e tecnologia para potencializar empresas e escritórios de contabilidade.
Apesar da visão pessimista, a pesquisa mostrou que a desvalorização da carreira é uma percepção somente dos contadores. Quando perguntados sobre a importância do profissional contábil para suas empresas, 80% dos empreendedores exaltaram o papel do contador.
“Como empresário, posso dizer que, às vezes, nos vemos sozinhos para tomar decisões desafiadoras. E, então, aparece a figura do contador para compartilharmos dores e dificuldades. Este papel humano da profissão é muito importante e também precisa ser exaltado”, destacou o presidente da IOB, Jorge Santos Carneiro.
Vale lembrar que o profissional contábil atua em um complexo contexto legislativo e tributário do país, e que existem, pelo menos, 250 obrigações acessórias a serem cumpridas por empresas. E são mais de 220 alterações diárias em leis, normas e afins, ou seja, mais de 7 mil por ano.
Isso também entra nos motivos que fazem os empreendedores valorizarem a profissão, já que 33% afirmam que o contador auxilia a empresa a estar de acordo com o Fisco, 26% apontam que ele ajuda a lidar com a burocracia brasileira e 22% acham que ele alivia os processos administrativos.
Entre os contadores que se sentem valorizados, 39% acreditam que ajudam o negócio dos seus clientes a evoluir.
Do ponto de vista do contador, à parte de atuar em favor do compliance empresarial, ao longo dos anos, o profissional contábil também agregou funções mais estratégicas para os negócios dos clientes.
Porém, nas razões apontadas para a desvalorização da atividade contábil, fica evidente que não se sente reconhecido por isso. Uma vez que 35% dos contadores disseram que o trabalho é visto apenas como uma obrigação burocrática; 30% afirmam que as pessoas não compreendem a sua função e 22% acreditam que a profissão tem uma imagem ligada a taxas e impostos. Sob a ótica do empreendedor, os motivos são similares.
A IOB também abordou os entrevistados sobre a rotina contábil. Para 31% dos contadores, é notório que o trabalho deles é necessário para as empresas e 30% sentem que fazem a diferença. Entre os empreendedores, 47% estão completamente satisfeitos e apenas 7% afirmam que se desgastam e/ou querem mudar de profissional.
A pesquisa ouviu 985 contadores e 498 empreendedores, em setembro deste ano, para entender como a profissão contábil é percebida por ambos.
Sobre o futuro
Ao serem questionados como enxergam a profissão nos próximos cinco anos, 47% dos contadores acreditam que a tendência é estreitar a parceria com os clientes para direcionar estrategicamente as empresas e 29% entendem que precisarão se reinventar e adicionar novos serviços ao escopo atual.
Os empreendedores têm uma percepção mais dividida em relação ao futuro, 33% acreditam que o contador vai atuar mais como parceiro estratégico, 21% apostam na reinvenção, mesmo percentual dos que acreditam que nada vai mudar.
O presidente da IOB pensa como a maioria dos empreendedores. “Tenho para mim que um caminho promissor para os contadores é se aproximar, cada vez mais, dos empresários e dos empreendedores, e, além disso, procurar diversificar a área de atuação. E, para tal, é preciso pedir ajuda para cumprir as tarefas mais repetitivas, saber delegar e usar a tecnologia a favor – em um formato que lhe seja útil”, opinou Santos Carneiro.
Com informações IOB e Jeffrey Group